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EDUCAÇÃO

IBGE: Analfabetismo cai em 2022, mas taxa continua mais alta entre negros, idosos e nordestinos

Número de pessoas que não sabem ler nem escrever chegou a 9,6 milhões no ano passado, cerca de 1,4 milhão a menos que em 2019, último dado divulgado pela Pnad Contínua

Sala de aulaSala de aula - Foto: Alessandro Potter/PCR

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgados nesta quarta-feira (7) pelo IBGE, apontam que a taxa de analfabetismo caiu no Brasil. Em 2019 ela era de 6,1%, e em 2022 recuou para 5,6%. O percentual de pretos, pardos, idosos e nordestinos que não sabem ler e escrever, no entanto, continua sendo o mais alto.

Segundo a pesquisa, das 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade que não sabem ler e escrever, cerca de 5,3 milhões vivem no Nordeste e 5,2 milhões têm 60 anos ou mais. No estudo divulgado em 2020, referente ao ano anterior, cerca de 11 milhões de brasileiros eram analfabetos, sendo a maioria negros e nordestinos.

Os estados com as maiores taxas de analfabetismo são o Piauí, Alagoas e a Paraíba. Já as menores ocorrem no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

Os dados são comparados à pesquisa de 2019, divulgada em 2020, visto que a Pnad Contínua não foi realizada nos dois últimos anos devido à pandemia da Covid-19.
 

Negros e idosos menos escolarizados
Repetindo a série histórica, o analfabetismo é maior entre as pessoas pretas ou pardas: a média nacional é de 7,4%, mais que o dobro da taxa encontrada entre as pessoas brancas, de 3,4%. No grupo etário de idosos pretos ou pardos ela chegava a mais de 23% das pessoas, contra apenas 9,3% dos autodeclarados brancos.

Por sexo também há diferenciações. O analfabetismo é menor entre as mulheres para a população de 15 anos ou mais, mas se reverte quando a idade sobe para 60 anos.

— Estamos distante da proposta de erradicação do analfabetismo em 2024. A meta de 2015 de redução só foi alcançada em 2017. O panorama atual é a manutenção da redução do analfabetismo no ensino básico e fundamental, contribuindo para essa queda gradativa da taxa — explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.

Ensino médio completo cresce entre pessoas com mais de 25 anos
Pela primeira vez, mais da metade (53,2%) da população de 25 anos ou mais concluiu, pelo menos, o ensino médio. No entanto, para as pessoas de cor preta ou parda, esse percentual foi de 47%, enquanto entre as brancas a proporção era de 60,7%.

71% dos negros não estudam e nem concluíram graduação
Na população de 18 a 24 anos, 36,7% dos brancos estavam estudando, enquanto entre negros a taxa foi de 26,2%.

Entre os brancos, nesse grupo etário que frequentavam escola, 29,2% cursavam graduação, contra 15,3% das pessoas de cor preta ou parda. Além disso, 71% dos negras nessa idade não estudavam nem tinham concluído o nível superior, enquanto entre os brancos este percentual foi de 57,3%.

A necessidade de trabalhar foi a principal justificativa dos jovens com 14 a 29 anos de idade para abandonarem a escola.

Entre as pessoas de 15 a 29 anos de idade do país, 20% não estavam ocupadas nem estudando em 2022.

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