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Idoso morto no banco: saiba o que ainda precisa ser esclarecido e os próximos passos da investigação

Paulo Roberto Braga foi enterrado no último sábado, dia 20; já Érika de Souza Vieira Nunes cumpre prisão preventiva

Mulher leva idoso morto em cadeira de rodas para sacar empréstimoMulher leva idoso morto em cadeira de rodas para sacar empréstimo - Foto: Reprodução / TV Globo

O caso da mulher que, na terça-feira, dia 16, levou o tio a uma agência do Itaú em Bangu, na Zona Oeste do Rio, para sacar um empréstimo de R$ 17 mil e lá ficou constatada sua morte, movimentou a semana e teve repercussão até fora do país. Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, foi presa em flagrante por vilipêndio a cadáver e furto mediante fraude. Na tarde da última quinta-feira, dois dias depois do caso, a 2ª Vara Criminal da Regional de Bangu converteu em preventiva a prisão da suspeita, e ela está detida no presídio de Benfica. Já a vítima, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, foi enterrada na manhã do último sábado, no Cemitério de Campo Grande. Saiba quais são os próximos passos da investigação.

Novos depoimentos
A delegacia que investiga o caso, 34ª DP (Bangu), deve ouvir mais testemunhas de outros locais por onde o idoso passou. O delegado Fábio Luiz da Silva Souza diz que entre os dias 15 — quando o idoso teve alta da UPA onde estava internado há uma semana — e 16 de abril, Érika esteve com ele em três instituições financeiras em busca de crédito. Além de agências do Itaú, ele teria estado em duas outras agências de crédito.

Levantamento sobre empréstimos
A polícia pediu a quebra do sigilo bancário de Paulo Roberto Braga para saber se outras movimentações na conta do idoso foram feitas anteriormente. Além disso, tentativas de compra de celulares foram identificadas.

Exame toxicológico
A coleta de material biológico de Paulo Roberto será crucial para descartar, ou não, a possibilidade de ele ter ingerido algum tipo de droga ou veneno capaz de ocasionar a sua morte. Um perito ouvido pelo blog "Segredos do crime", da repórter Vera Araújo, explicou que, na possibilidade até de dopar a vítima, uma alta dose de calmante pode ter sido usada, provocando, assim, uma insuficiência respiratória aguda, levando-o a óbito.

"Essa análise, com os depoimentos que estão sendo tomados na delegacia, definirão qual a intenção, ou seja, o dolo daquela senhora. Se ela pretendia dopá-lo, por exemplo, e usou algum tipo de benzodiazepínico, remédio usado para tirar agitação e agressividade do idoso. Se passar da dose, pode matar a pessoa por insuficiência respiratória" explicou o legista.

Causa da morte
Os próximos passos da investigação devem ainda esclarecer em definitivo a causa da morte. Embora o laudo do IML tenha trazido como motivo da morte a broncoaspiração do conteúdo estomacal e a falência cardíaca, serão os exames subsidiários pedidos pelo legista, no caso, os toxicológicos, que farão com que o martelo seja batido em relação à verdadeira causa.

Outros envolvidos
Até o fim do inquérito, a investigação da 34ª DP (Bangu) busca esclarecer mais detalhes sobre o episódio, incluindo se há outras pessoas envolvidas. Uma das pessoas que já prestou depoimento foi o motorista de aplicativo que transportou Érika e Paulo Roberto até o estacionamento de um shopping no bairro. Segundo a testemunha, Paulo Roberto segurou na porta de seu carro no momento do desembarque.

Onde o idoso morreu?
Ainda não está claro. Em depoimento à polícia, Érika afirma que Paulo Roberto morreu dentro da agência bancária, em Bangu. No entanto, a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que fez o atendimento no local atestou que o idoso estava morto há duas horas, porque o corpo de Paulo Roberto já apresentava livores cadavéricos, ou seja, sinais de que estava morto. Peritos que analisaram as imagens das câmeras de segurança também afirmam que ele já não apresentava reações ainda no Real Shopping Bangu, onde Érika o levou antes de ir ao Itaú.

Denúncia
Após a conclusão do inquérito policial pela Polícia Civil, caberá ao Ministério Público do Rio (MPRJ) fazer a denúncia, ou não, do caso. Se a promotoria entender que há provas suficientes, o próximo passo será oferecer a denúncia contra Erika à Justiça. Por último, a Justiça decidirá se aceita, ou não, os argumentos do MPRJ. Se o magistrado aceitar a denúncia, o processo tramitará normalmente, ouvindo novamente as testemunhas de acusação e de defesa, até que o juiz decida absolver ou condenar o réu.

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