COBRANÇA

Igreja Católica Argentina pede a Milei alimentos para Refeitórios Comunitários

Mais da metade da população de 47 milhões de habitantes está em situação de pobreza

Javier MileiJavier Milei - Foto: Juan Mabromata/AFP

A Igreja Católica Argentina reivindicou, neste domingo (26), do governo do presidente Javier Milei a entrega urgente de toneladas de alimentos armazenados pelo ministério da Capital Humano, pasta que interrompeu, desde dezembro, o abastecimento dos refeitórios comunitários das organizações sociais para serem auditados.

"Tomamos conhecimento que existem dois depósitos de alimentos no Ministério do Desenvolvimento Social (atual ministério do Capital Humano), que têm cinco milhões de quilos de alimentos guardados (...), em um tempo de emergência alimentar. Isto deve nos chamar à reflexão, [os alimentos] têm que ser entregues rapidamente", disse o presidente da Conferência Episcopal Argentina, Oscar Ojea, em mensagem gravada e divulgada pelo Episcopado.

Em sua reivindicação, o bispo apelou à “sensibilidade do pão que pode faltar em outras mesas” em um país com mais da metade de sua população de 47 milhões de habitantes em pobreza.

O ministério de carga de Sandra Pettovello interrompeu a entrega de alimentos para refeitórios de organizações sociais, a maioria das críticas do governo, ao afirmar que muitos locais são “inexistentes” e tentaram uma auditoria.

"Preocupa-nos que vamos se perder esta sensibilidade ante um direito essencial e primário, que é o do alimento. Deus queira que rapidamente estes depósitos sejam abertos para que os irmãos com tantas necessidades possam desfrutar de seu alimento diário", disse o religioso.

Na quinta-feira passada, o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, admitiu a situação.

“De fato, estes alimentos existem”, disse Adorni. “São alimentos adquiridos pela administração anterior e estão ali porque, segundo as auditorias, um bom percentual dos recibos não existiam ou não tinham a quantidade de pessoas que diziam ter”, justificou o funcionário.

“Certamente que [os alimentos] serão distribuídos, é óbvio que vão chegar às pessoas que tiverem que chegar”, assegurou, sem dar detalhes sobre o processo de entregas.

Recentemente, numa exposição no Congresso, o chefe de Gabinete, Nicolás Posse, antecipou resultados de auditorias que ainda não foram divulgados e que, segundo afirmou, demonstrou que "quase 50% dos recibos não existiam".

Segundo as organizações, há cerca de 45.000 refeitórios comunitários em todo o país, mas uma quantidade não informada deixou de funcionar com a interrupção, em dezembro, do abastecimento que recebia do Estado, enquanto outros o fazem graças a doações privadas.

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