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Páscoa

Igrejas em SP celebram Páscoa após decisão do ministro do STF Kassio Nunes

Decisão foi publicada após associação alegar que a suspensão de cultos e missas viola um direito fundamental de liberdade religiosa e o princípio de laicidade do estado

Apesar da liberação para a missa com fiéis, público foi baixo em AparecidaApesar da liberação para a missa com fiéis, público foi baixo em Aparecida - Foto: Matheus Andrade/Santuário Nacional

Igrejas católicas e evangélicas celebraram a Páscoa, neste domingo (4), em São Paulo, após a autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Kassio Nunes, que decidiu pela liberação de missas, cultos e outras celebrações religiosas no país, mesmo em meio ao alto número de casos e mortes em decorrência da Covid-19 no país.

A decisão foi publicada na noite de sábado (3), após Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos) entrar com uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental da Corte) alegando que a suspensão de cultos e missas viola um direito fundamental de liberdade religiosa e o princípio de laicidade do estado.

A medida estabelece que as igrejas operem com até 25% de sua capacidade, cumpram regras de distanciamento social, e que o espaço seja arejado (com janelas e portas abertas sempre que possível). Também é obrigatório o uso de máscaras de proteção, a disponibilização de álcool em gel e aferir a temperatura do público na entrada.

Em São Paulo, instituições evangélicas com grande número de membros como o Templo de Salomão, da Universal, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo e a Deus é Amor celebraram cultos nesta manhã. A reportagem não teve acesso aos prédios para verificar se cumpriam as determinações.

No Centro Histórico de São Paulo, igrejas católicas realizaram missas com cerca de 20 pessoas. Na Igreja de Ordem Terceira do Carmo, as regras de distanciamento social não foram respeitadas. Fiéis se aglomeraram em frente ao púlpito enquanto aguardavam o início da celebração.

Já na Matriz Paroquial São Francisco de Assis, no Largo São Francisco, a missa foi escondida. Quando a reportagem chegou ao local, seguranças informaram que o padre deixava "algumas pessoas entrarem" e era preciso ir pelas laterais.

Durante a celebração, o distanciamento social foi respeitado, mas para manter o local encoberto, as portas principais foram fechadas, impedindo a ventilação.

A Catedral da Sé estava aberta para visitação, porém não houve celebrações. Ao menos três igrejas católicas da região estavam fechadas.

Às 11h, uma das maiores igrejas evangélicas do centro, a Igreja Internacional da Graça de Deus, localizada na Av. São João, celebrava seu terceiro culto. As regras de distanciamento social eram respeitadas, mas as portas permaneceram fechadas.

A recepção tinha ao menos uma dezena de diáconos distribuindo meio biscoito de água e sal dentro de um pequeno saco plástico, para que os fiéis pudessem comer juntos durante o culto, simbolizando a ceia. A ação é contrária às recomendações de saúde de segurança sanitária.

Todas as igrejas ofereciam álcool em gel e mediam a temperatura no pulso, mesmo que o indicado seja a aferição na testa.

A obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção foi cumprida em todas as igrejas.

Santuário de Aparecida
A decisão de dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, foi a de que as três missas de hoje no santuário, às 8h, 12h e 18h, serão celebradas com a presença de fiéis, seguindo o que determina a fase vermelha do Plano São Paulo.

Com capacidade para abrigar 35 mil pessoas, a basílica receberá no máximo mil pessoas em cada uma das três missas da Páscoa.

A movimentação, porém, foi muito pequena na primeira celebração do dia, com 154 fiéis na igreja em seu início. Quinze minutos antes da primeira missa, celebrada pelo próprio dom Orlando, havia 20 pessoas sentadas nos bancos.

Uma data como a Páscoa, historicamente, fazia com que Aparecida reunisse em média 100 mil pessoas.

A decisão de reabrir a basílica de Aparecida ao público era esperada pela arquidiocese com uma possível saída da região da fase emergencial do Plano São Paulo para a fase vermelha, o que permitiria receber até mil fiéis na igreja.

A manutenção do estado na fase emergencial, porém, impediu que o plano se concretizasse e toda a programação de missas do Santuário Nacional foi definida para ocorrer sem a presença de público, com transmissão pelas redes sociais, aplicativo e pela TV Aparecida.

Por conta dos riscos da pandemia, ritos que celebram a paixão, morte e ressurreição de Cristo também foram modificados.

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