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Guerra

Imagens de satélite mostram cerca de 100 veículos militares de Israel na fronteira com o Líbano ante

Fotos não foram divulgadas para proteger o anonimato da fonte que as forneceu, publicou a CNN; segundo autoridades israelenses, operações militares 'focadas na infraestrutura' do grupo xiita foram iniciadas na região

Visão geral da cidade de Tiro, no sul do Líbano, mostra uma nuvem de fumaça surgindo após um ataque aéreo israelense na vila de Qlayleh em 30 de setembro de 2024 Visão geral da cidade de Tiro, no sul do Líbano, mostra uma nuvem de fumaça surgindo após um ataque aéreo israelense na vila de Qlayleh em 30 de setembro de 2024  - Foto: Kawnat HAJU / AFP

Cerca de 100 veículos militares israelenses, de tanques a caminhões e blindados, podem ser vistos em imagens de satélite num local de concentração improvisado a cerca de 8 km da fronteira com o Líbano, publicou a CNN nesta segunda-feira.

As imagens foram feitas no domingo, e registros adicionais mostram que veículos das Forças

Armadas de Israel começaram a chegar ao local após o dia 26 de setembro. As fotos de satélite não foram divulgadas pela rede americana para proteger o anonimato da fonte que as forneceu.

Os registros mostram que os veículos do Exército ainda estão chegando ao local, e autoridades israelenses relataram aos Estados Unidos que estão conduzindo “operações limitadas focadas na infraestrutura do Hezbollah perto da fronteira” entre o Estado judeu e o Líbano.

Segundo sete oficiais e autoridades israelenses e um alto funcionário ocidental ouvidos pelo New York Times, unidades de comando israelenses fizeram breves incursões no Líbano no último dia para se preparar para uma possível invasão terrestre mais ampla.

As fontes disseram que as incursões se concentraram na coleta de Inteligência sobre as posições do grupo xiita na região, além de trabalhar na identificação de túneis e de infraestrutura militar da organização político-militar libanesa, apoiada pelo Irã.

Nesta segunda-feira, o gabinete de Israel se reuniu para discutir se — e quando — lançar uma grande operação terrestre no sul do Líbano. Se confirmada, esta será a primeira incursão israelense na área em quase 20 anos.

O Estado judeu já ocupou o sul libanês de 1982 a 2000 e invadiu brevemente o local em 2006, durante uma guerra de um mês com o Hezbollah.

Sinais mistos
Os Estados Unidos perceberam alguns sinais de que Israel estava se preparando para avançar no Líbano, e alguns oficiais americanos disseram acreditar que uma grande operação terrestre era iminente.

Autoridades dos EUA, porém, afirmaram nesta segunda-feira que acreditam ter conseguido persuadir as forças israelenses a não realizar uma grande invasão por terra no país vizinho.

Após discussões com lideranças do Estado judeu, as mesmas fontes disseram que Israel possivelmente planeja apenas incursões menores na área da fronteira.

Até o momento, porém, os sinais permanecem mistos. Em declaração divulgada pelo escritório do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, o israelense sugeriu que poderia enviar tropas terrestres ao Líbano.

E, nesta segunda-feira, ele disse a prefeitos de cidades próximas à fronteira com o território libanês que “a próxima fase da guerra contra o Hezbollah começará em breve” e “constituirá um fator significativo na mudança da situação de segurança”, permitindo que os mais de 60 mil israelenses que fugiram dos ataques do grupo no ano passado voltem para as suas casas.

Mais cedo, as Forças Armadas de Israel declararam que algumas áreas no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, foram declaradas uma zona militar fechada, cuja entrada foi proibida.

Após a declaração, segundo o Guardian, o Exército libanês iniciou o processo de retirada da região. Ao contrário do Hezbollah, o Exército do Líbano faz parte das Forças Armadas oficiais do país, sob controle do governo central, e não conduz uma ofensiva militar contra o Estado judeu.

O grupo xiita é uma entidade separada, com sua própria ala militar, conhecida por ser mais poderosa que as forças libanesas.

Ainda nesta segunda, o Hezbollah afirmou que suas forças enfrentariam as tropas israelenses se o Estado judeu realizar uma invasão completa. Em declaração televisionada, o xeique Naim Qassem, vice de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto na última sexta-feira, disse que o grupo lidará com “qualquer possibilidade”.

Ao The Times, autoridades americanas afirmaram que, se uma operação mais ampla avançasse, era esperado que Israel tentasse destruir a infraestrutura militar da organização libanesa perto da fronteira.

O sul do Líbano é uma área acidentada, repleta de vales íngremes, onde os defensores podem facilmente emboscar um exército invasor, um fator que pode ter moldado o planejamento militar israelense.

As incursões e os planos sugerem que Israel está tentando capitalizar a desorganização do Hezbollah, após ter matado grande parte da liderança sênior do grupo nas últimas semanas.

Analistas ressaltam, contudo, que o grupo ainda controla grande parte do lado libanês da fronteira, onde construiu uma extensa rede de instalações militares, lançadores de foguetes e túneis que representam uma ameaça para civis do norte de Israel.

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