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AMÉRICA DO SUL

Incêndio em dormitório estudantil deixa 20 mortos na Guiana

Dormitório fica na cidade de Mahdia, no centro do país

Centro comercial de Mahdia, cidade onde ocorreu o incêndio, na GuianaCentro comercial de Mahdia, cidade onde ocorreu o incêndio, na Guiana - Foto: wikipedia

Ao menos 20 pessoas morreram em um incêndio em um dormitório de uma escola na região central da Guiana, anunciou o governo em um comunicado divulgado na madrugada desta segunda-feira (22).

O incêndio, cuja origem é desconhecida, ocorreu na noite de domingo no dormitório para moças da residência estudantil de Mahdia, região central do país, ao norte do Brasil e que também faz fronteira com Venezuela e Suriname.

"Quatorze jovens morreram no local, enquanto cinco faleceram no hospital do distrito de Mahdia. Dois menores permanecem em estado crítico, enquanto quatro sofrem ferimentos graves", informou o corpo de bombeiros em um comunicado esta manhã, depois que o governo reportou 20 mortos na tragédia.

Os seis feridos "foram transportados de avião para Georgetown", enquanto "outros cinco permanecem hospitalizados em Mahdia, e outros dez estão sob observação", acrescentou a mesma fonte, ao destacar que os bombeiros conseguiram "salvar cerca de 20 estudantes" depois de perfurarem uma parede do prédio onde as janelas tinham grades de segurança.

Sessenta e três estudantes estavam no prédio no momento do desastre.

Na residência havia crianças e adolescentes de "11-12 aos 16-17 anos", segundo uma fonte que acompanhou os esforços de socorro e pediu para não ser identificada.

O prédio foi consumido pelas chamas. O teto, que era feito de estanho, desabou. Apenas as paredes enegrecidas ficaram de pé.

O governo disse que cinco aviões foram enviados para Mahdia para ajudar a proporcionar atendimento médico adicional.

"Investigação aprofundada"
No fim da manhã, cerca de 50 pessoas protestaram em Chenapau, povoado perto de Mahdia, de onde eram algumas das vítimas.

"Precisamos de compensação para nossas perdas", dizia um cartaz. "As grades nas janelas e portas são para prisioneiros", dizia outro.

"A pura dor, a agonia, o trauma (...) Quem será responsável? O que vamos dizer aos pais?", perguntou Michael McGarrell, ativista da Amerindian People's Association (APA), uma ONG que costuma estar em desacordo com o governo pelos direitos sobre a terra, a extração de ouro e, mais recentemente, a venda de créditos de carbono à petroleira americana Hess.

McGarrell disse ter perdido duas sobrinhas e que outros três familiares foram hospitalizados.

Mahdia está localizada cerca de 200 quilômetros ao sul da capital da Guiana, e sua região foi afetada por fortes chuvas.

"Estamos, de todo o coração, com as famílias e parentes daqueles que foram afetados por esta tragédia", disse Natasha Singh-Lewis, deputada da oposição.

"Pedimos às autoridades que façam uma investigação aprofundada sobre as causas do incêndio e um relatório detalhado do que realmente aconteceu", acrescentou.

"Precisamos entender como esse evento horrível e mortal ocorreu e tomar todas as medidas necessárias para evitar que tal tragédia aconteça novamente", completou.

Ex-colônia holandesa e britânica, a Guiana é uma pequena nação de língua inglesa de 800.000 habitantes. O país tem as maiores reservas de petróleo per capita do mundo e espera um rápido desenvolvimento nos próximos anos com a exploração destas reservas que ainda estão em seu ponto mais baixo.

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