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ESTADOS UNIDOS

Incêndios em Los Angeles: Imagens de satélite mostram antes e depois do impacto do fogo

Autoridades americanas confirmam cinco mortos, além de vários feridos

Imagens de satélite mostram destruição por incêndio em área de Malibu, em Los Angeles Imagens de satélite mostram destruição por incêndio em área de Malibu, em Los Angeles  - Foto: Satellite image 2025 Maxar Technologies / AFP

Imagens de satélite mostram a extensão dos efeitos destrutivos dos incêndios florestais que devastavam comunidades inteiras no entorno de Los Angeles, deixando cinco mortos e obrigando dezenas de milhares de pessoas a abandonar suas casas. As tomadas, registradas por equipamentos da Maxar Technologies, expõem o "antes e depois" de áreas da cidade, hoje com "aspecto apocalíptico", cobertas por nuvens cinzas e alaranjadas.

Uma das imagens divulgadas pela Maxar Technologies mostram como era uma região do bairro de Altadena, subúrbio vizinho à cidade de Pasadena, em 6 de janeiro, antes da expansão do incêndio Eaton, e como estava nesta quarta-feira, dia 8, essa mesma área ao norte de Los Angeles.

 

Antes e depois no bairro de Altadena Antes e depois no bairro de Altadena — Foto: Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP

Outro registro mostra detalhes da destruição na avenida Fair Oaks, em Altadena, de 6 a 8 de janeiro.

 

Imagens de satélite mostram como casas e outros imóveis da East Altadena Drive, no mesmo bairro, foram afetadas por vários focos de incêndio e cobertas por uma nuvem de fumaça. As tomadas também exibem o cenário de 6 a 8 de janeiro.

Centenas de bombeiros lutam contra as chamas, intensificadas por fortes rajadas de vento, que se agravaram durante a noite no sul da Califórnia. Mais de 50 mil pessoas estão sob ordem de evacuação apenas no condado de Los Angeles.

 

Antes e depois na avenida Fair Oaks, em Altadena — Foto: Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP

— Juntos, esses incêndios estão levando os serviços de emergência ao limite — disse Kristin Cowley, do departamento de bombeiros da cidade, acrescentando que há vários civis feridos, além de bombeiros. Mais de 300 mil moradores do sul da Califórnia estavam sem energia.

Mortes foram registradas no incêndio Eaton, em Altadena, onde as chamas queimaram quase 4.300 hectares.

"Havíamos reportado mais cedo duas mortes. Infelizmente, elas aumentaram para cinco à medida que avançamos na área", informou o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, à rádio KNX.

O comandante dos bombeiros de Pasadena, Chad Augustín, informou que sua equipe passou a noite "retirando pessoas de prédios em chamas, ruas e veículos. O número de mortos seria bem maior sem os seus "atos heroicos", segundo ele.

— Tivemos 22 horas brutais em Pasadena — disse em entrevista coletiva o funcionário da Prefeitura Miguel Márquez. — [Os bombeiros] Se depararam com escuridão, fogo e ventos de 129 km/h.

William Gonzales deixou sua casa em Altadena durante a madrugada e retornou horas mais tarde, para ver o que restou do seu lar.

— Aqui era a nossa casa com minhas irmãs e perdemos praticamente tudo. As chamas consumiram todos os nossos sonhos de anos. Tudo virou cinzas — disse à AFP.

Jesse Banks, outro morador da comunidade, conseguiu escapar das chamas, mas, até a tarde desta quarta, não havia conseguido encontrar seu filho, que também fugiu do fogo.

— Moro nesta área há 20 anos e já tínhamos visto incêndios nas montanhas, mas nada assim — afirmou.

No limite
Vários incêndios tiveram início no entorno de Los Angeles nas últimas 24 horas. Três deles estavam fora de controle e causavam grandes estragos.

O primeiro deles começou na manhã de terça-feira, em Pacific Palisades, um subúrbio de Los Angeles cobiçado por celebridades e estrelas de Hollywood. As chamas consumiram mais de mil estruturas e cerca de 6.390 hectares, informaram autoridades.

A força dos incêndios simultâneos desafia até mesmo o abastecimento de água da cidade. Muitos hidrantes secaram durante o enfrentamento das chamas, e o Serviço de Água e Eletricidade de Los Angeles pediu aos cidadãos que economizassem o recurso.

Sem precedentes
O avanço do fogo provocou cenas de pânico em várias comunidades da costa californiana. Escolas foram fechadas e importantes vias da cidade estavam bloqueadas.

Algumas árvores do Getty Villa, um dos maiores centros de arte do mundo, pegaram fogo devido à proximidade das chamas. No entanto, a instituição "permanecerá segura e intacta", de acordo com um comunicado emitido na manhã desta quarta-feira.

Os incêndios começaram em um ambiente de baixa umidade e justo quando os chamados ventos de Santa Ana, característicos nesta temporada do ano na Califórnia, avançam com força na região. Autoridades advertiram que a situação está longe de melhorar.

Incêndios são frequentes no oeste dos Estados Unidos, mas a alteração dos padrões climáticos resultou em condições extremas, aumentando a intensidade desse tipo de incidente.

A Califórnia passou por dois invernos consideravelmente úmidos, o que favoreceu o crescimento da vegetação, que serve de combustível para os incêndios. Já este inverno se apresenta seco.

O meteorologista Daniel Swain explicou que, embora os ventos tenham alcançado uma magnitude muito poderosa, "o que é sem precedentes é a seca". "A falta de chuva, o calor anômalo e a seca que vimos nos últimos seis meses é algo que não temos registrado desde os anos de 1800", comentou.

As causas de todos os incêndios estão sob investigação.

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