Incêndios em Los Angeles: quando a tragédia climática vai acabar? Especialista responde
Fogo já destruiu quase 4.300 hectares
Um incêndio florestal em Los Angeles, no Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, tem preocupado moradores da região. As chamas incontroláveis, que começaram na terça-feira (7) e se intensificaram na quarta (8), causaram destruição. Dezenas de milhares de pessoas tiveram que evacuar as casas.
Veja as imagens da destruição
Pelo menos cinco mortes foram confirmadas, em Altadena, subúrbio vizinho, ao Norte de Los Angeles, onde as chamas queimaram quase 4.300 hectares. Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade afetada, 1.500 construções foram destruídas, por conta dos fortes ventos.
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O meteorologista Thiago do Vale, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), indicou duas possibilidades para que a tragédia climática no solo estadunidense seja amenizada. Durante entrevista à Folha de Pernambuco, ele usou a região do semiárido como referência.
“Temos duas opções: ou toda fonte de combustível seja queimada ou com a chegada das primeiras chuvas. Eu não tenho como prever quando elas [as chuvas] chegarão lá em Los Angeles, mas, de acordo com o que eu analisei de comentários dos especialistas, esses incêndios, agora em janeiro, não são típicos do período. Historicamente, acontecem entre julho e novembro. Inclusive, os maiores que já ocorreram [em Los Angeles], em 2013 e 2023, foram minimizados em novembro”, explicou ele.
O que causou os incêndios?
Outro ponto levantado junto ao especialista foi a causa da tragédia que assola a cidade norte-americana. Ele indicou que uma grande quantidade de carbono que estaria aprisionada no solo, nos móveis das casas e nas árvores poderia ter sido liberada para a atmosfera.
“Com isso, há um acréscimo de carbono na atmosfera em vários locais. Fazendo um paralelo com a Amazônia, onde tivemos uma das maiores queimadas, no ano passado, podemos relembrar que a gente também emitiu carbono para a atmosfera do que sequestrou, caso tivesse mais plantação de novas árvores”, continuou ele.
O fogo também dá origem à fuligem, que deixa a atmosfera ‘opaca’, fazendo com que a superfície receba menos radiação solar e o ar se torne ainda mais insalubre, fazendo com que os índices de intoxicações e
“Muitos desses incêndios são aumentados pelo aquecimento global. Caso esse aquecimento venha continuar nos próximos anos, é muito provável que esses fatos continuem acontecendo de forma cada vez mais expandida. O que nós vimos aqui no Brasil, em 2024, e o que estamos vendo nos Estados Unidos, hoje, pode se repetir e essa repetição pode ser ainda mais intensa”, finaliza.
“Perdemos tudo”
Em frente a uma pilha de escombros, após ver toda a propriedade perdida, William Gonzales comentou à Agence France-Presse (AFP) o sentimento de impotência ao presenciar todo esse acontecimento.
“E perdemos praticamente tudo, as chamas consumiram todos os nossos sonhos de anos aqui. Tudo virou cinzas”, disse ele.
Mesmo com a experiência de episódios anteriores, Jesse Beanks disse que tentava encontrar o filho que fugiu do incêndio separadamente.
“Moro nesta área há 20 anos e já vimos incêndios nas montanhas, mas nunca nada parecido com isso”, exclamou.