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Vacina

Incertezas sobre a Sputnik V desagradam secretário da Saúde de Pernambuco

André Longo criticou postura do Ministério da Saúde em relação ao imunizante

Secretário de Saúde de Pernambuco, André LongoSecretário de Saúde de Pernambuco, André Longo - Foto: Helia Scheppa/SEI

Quando parecia que a novela envolvendo a compra da vacina contra a Covid-19 Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, chegaria, enfim, a um desfecho, uma reviravolta digna de grandes folhetins deixou a situação novamente em aberto. 

Após meses de tratativas lideradas pelo Consórcio do Nordeste junto ao Fundo Soberano Russo e de uma autorização recheada de entraves junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o primeiro lote de doses do imunizante a ser enviado para o Brasil estava previsto para chegar na próxima quarta-feira (28). 

A data foi anunciada nessa quarta-feira (21) e, um dia depois, já não há mais certeza de que isso acontecerá. O Consórcio do Nordeste cobrou do Ministério da Saúde, nesta semana, a inclusão da vacina russa no Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

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O titular da pasta, Marcelo Queiroga, no entanto, disse que a Sputnik V não está mais no radar do ministério. E o posicionamento dele fez com que o Fundo Soberano Russo pedisse um prazo de 48 horas para confirmar o envio do lote de doses.

O plano inicial era que o Recife recebesse, na próxima quarta-feira, 1,1 milhão de doses a serem distribuídas entre estados do Nordeste. 

Pernambuco fez a contratação de quatro milhões de doses ao Fundo Soberano Russo, por US$ 9,95 a dose, segundo o secretário de Saúde do Estado, André Longo. 

Frasco do imunizante Sputnik V, da RússiaVacina Sputnik V. Foto: Frederico Parra/AFP

Como a aprovação da Anvisa exigiu uma série de ajustes antes de ser realizada a importação e utilização da vacina, os gestores à frente do acerto com os russos vinham em uma corrida contra o tempo para se adaptar a todas as condicionantes. 

"No momento que a Anvisa colocou as condicionantes e a gente conseguiu superar para, enfim, ter uma data para importação, fomos surpreendidos com uma fala do ministro da Saúde que não seriam mais necessárias essas vacinas, colocando uma dúvida sobre a utilização”, pontuou André Longo nesta quinta-feira.

O secretário enfatizou que o imunizante vem sendo utilizado em outros países da América do Sul, como Argentina e, mais recentemente, Chile. "É uma das vacinas em teste com melhor resposta para a variante Delta, com mais de 90% de eficácia”, destacou Longo.

"Estamos fazendo todo o esforço possível para ter essa vacina no PNI. Só que não existe Programa Estadual de Imunização. Pernambuco é parte da federação. A gente sabe que há pressões por conta da CPI, mas o ministério e o PNI precisam se posicionar em resposta ao que foi questionado pelos governadores do Nordeste para que a gente possa ter clareza do seguimento ou não da contratualização que foi feita”, concluiu ele. 

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