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Inclusão dos ciganos é discutida no Ministério Público

Iniciativa é um desdobramento de uma audiência pública ocorrida em abril entre o Ministério Público do Estado e lideranças da comunidade

Comunidade quer desmistificar preconceitos e aumentar participação nas políticas públicasComunidade quer desmistificar preconceitos e aumentar participação nas políticas públicas - Foto: Felipe Ribeiro

Nômades, eles são 20 mil dispersos pelo território pernambucano, sendo a maioria no Sertão. Por terem sua história pouco difundida, acabam sendo rejeitados e maltratados pelas estruturas sociais. Na quarta-feira (24), quando o calendário nacional relembra o Dia do Povo Cigano, discutir os anseios e políticas públicas de saúde, educação e cultura serão colocados em pauta durante o seminário “Atual situação das comunidades ciganas em Pernambuco: desafios e perspectivas para o futuro”, a ser realizado às 14h, no auditório da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), no Bairro do Recife.

Hoje, às 13h, é a vez de professores e servidores da rede estadual participarem de um debate acerca da identidade, cultura e história dos ciganos. A reunião ocorre no auditório do Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, no bairro da Madalena, às 13h. Essas iniciativas da gestão estadual são desdobramentos de uma audiência pública ocorrida em abril passado entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e lideranças ciganas.

Para o gerente de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Adriano Amorim, o seminário representa um momento de reflexão sobre as políticas públicas voltadas para o povo cigano no Estado. “É preciso pautar de forma diferenciada políticas de registro civil, além da atenção à saúde e segurança dos povos tradicionais”, destaca. Essa é a primeira vez que o Estado realiza uma discussão na área de educação com foco nas comunidades ciganas o que, para o presidente da Associação Pernambucana dos Ciganos (Acipe), Enildo Soares, torna-se de grande importância para promover a inclusão social dessa minoria étnica. “Ao conhecerem a cultura e costumes dos ciganos, esses servidores e professores vão perceber que não somos um povo estranho. Essa discussão é relevante para desmistificar o preconceito, que ainda está arraigado nas raízes da sociedade”, comenta. Desde o Litoral ao Sertão, a maioria dos ciganos é da etnia Calon.

Embora tenham ocorrido avanços, para Soares ainda falta muitos motivos para comemorar o dia dedicado ao reconhecimento do povo cigano. “Falta assistência médica nas comunidades, principalmente, as do Interior. As mulheres, por exemplo, não têm companhamento ginecológico ou pré-natal. Um reflexo da falta de uma política pública específica para nós.

Nas salas de aula mesmo, ainda há muito preconceito dos professores e dos demais estudantes. vemos no dia a dia o quanto é preciso uma divulgação maior da nossa cultura. Porque é como se fôssemos estranhos no ninho”, lamenta. Entre alguns avanços, ele citou o fato de haver conselhos gestores representados por ciganos, projetos de lei para a reserva de cotas em universidades e espaços em eventos culturais, como ocorreu no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) e em editais de licitação.

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