Índice de lixo doméstico é crescente na pandemia, revela pesquisa
Com aumento nos pedidos de delivery produção de resíduo domiciliar deve chegar a aproximadamente 25% ou mais
Leia também
• Toneladas de lixo urbano são encontradas em praias do RN
• Por engano, doméstica joga R$ 10 mil da patroa no lixo; dinheiro é encontrado após rastreio
• Natura faz um convite à conscientização sobre o lixo que geramos e seus impactos ambientais
Com a mudança de hábitos causada pela pandemia de Covid-19, passar mais tempo em casa e a facilidade de pedir refeições por delivery tem provocado o aumento de lixo produzido nas residências. O que antes estava predominante em bairros comerciais, agora está em bairros residenciais, como consequência do grande descarte das embalagens utilizadas no acondicionamento desses alimentos.
A produção de resíduo domiciliar cresceu em mais de 10% e deve chegar a aproximadamente 25% ou mais, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Para a engenheira ambiental da Locar Gestão de Resíduos, Carolina Buarque, o descarte incorreto do lixo, principalmente durante a pandemia pode ter grande risco de contaminação.
“O problema é que as pessoas não separam o lixo como deveriam, sobretudo na pandemia. Misturam o orgânico com o inorgânico, colocam materiais contaminados no lixo comum. E se, quem tiver contato com esse material, não estiver bem preparado, pode se contaminar”, diz a engenheira ambiental.
Além disso, pode-se observar o crescimento do volume de resíduos recicláveis devido ao maior número de compras em delivery, muitas vezes pela internet. “O lixo que está sendo gerado nas casas é muito mais reciclável do que orgânico, fruto das compras online que chegam em caixas, papel, plásticos”, acredita Carolina.
Porém, o descarte inadequado dificulta o processo de reciclagem, mesmo quando o maior número de resíduos é de caráter reciclável. De acordo com dados da Abrelpe, apesar da possibilidade de se reciclar 30% de todo o lixo produzido no país, a taxa de reaproveitamento desses insumos chega a 3% desse total. Com isso, o país tende a perder dinheiro com o descarte incorreto de lixo, pois deixa de aproveitar oportunidades de grande viabilidade econômica. Nos centros urbanos o descarte incorreto do lixo é um dos principais fatores de alagamento.
Como separar o lixo da forma correta
O descarte correto dos resíduos começa com a separação do que é reutilizável, reciclável, lixo comum e resíduo tóxico. O ideal é que papel, alumínio, plástico, vidro e orgânicos sejam separados devidamente nas residências. Os lixos orgânicos podem ser reciclados através da compostagem ou encaminhados para aterros em sacolas biodegradáveis; já os recicláveis devem ser higienizados, embalados e destinados ao local correto.
O plástico, facilmente encontrado em produtos, resiste por mais de 100 anos na natureza, com isso seu descarte incorreto pode causar grandes prejuízos, como por exemplo enchentes e liberação de gases nocivos na atmosfera. Além disso, pilhas, baterias e outros equipamentos compostos por elementos químicos, quando descartados de forma incorreta, podem causar grande contaminação no solo. Dessa forma, tais objetos precisam ser levados aos centros de coleta apropriados.
“A coleta seletiva pode continuar acontecendo mesmo na pandemia, uma vez que sejam utilizados EPIs e tomados os cuidados necessários para diminuir os riscos de contato com vírus”, finalizou Carolina Buarque.