Indígenas tentam entrar no Congresso do Equador e polícia os dispersam
Protestos de indígenas contra o governo já duram 10 dias
Milhares de indígenas tentaram entrar no Congresso do Equador nesta quinta-feira, 11°dia de protestos contra o governo, e foram dispersados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo.
Horas antes, o presidente direitista Guillermo Lasso havia permitido que os indígenas entrassem na emblemática Casa da Cultura, um local simbólico para os povos originários. Mas uma grande facção de manifestantes avançou em seguida para a Assembleia Nacional, localizada a poucos metros e guardada por um cordão de soldados e policiais, que os indígenas tentaram romper.
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Um grupo de mulheres liderava o protesto. Diante da pressão, os uniformizados reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, enquanto os manifestantes atiravam pedras. A multidão recuou para um parque vizinho à Casa da Cultura.
O líder das manifestações, Leonidas Iza, foi surpreendido enquanto dava uma entrevista, interrompida pelas explosões. "Isso é um mau sinal, realmente. Havíamos pedido às nossas bases que simplesmente pudéssemos fazer uma marcha pacífica", disse Iza, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie).
Cerca de 14.000 manifestantes se mobilizam em várias partes do país para exigir um alívio frente ao custo de vida elevado, encarecido pelo aumento dos preços dos combustíveis.