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Equador

Indígenas tomam central elétrica em protesto no Equador

Cerca de 10 mil indígenas que vieram de seus territórios protestam dia e noite em diferentes partes de Quito, capital equatoriana

Indígenas equatorianos marcham pacificamente após um diálogo entre líderes na Casa de Cultura equatoriana, em Quito, em 23 de junho de 2022Indígenas equatorianos marcham pacificamente após um diálogo entre líderes na Casa de Cultura equatoriana, em Quito, em 23 de junho de 2022 - Foto: Martin Bernetti / AFP

Centenas de indígenas ocuparam à força uma central elétrica no sul do Equador como parte dos protestos contra o governo pelo aumento dos custos de vida, que já duram onze dias, informou o governo nesta quinta-feira (23).

“Entraram aproximadamente 300 pessoas de várias comunidades indígenas e camponesas nas instalações da subestação elétrica Tisaleo”, na província de Tungurahua (sul), disse o ministro de Energia e Minas, Xavier Vera, em entrevista à rádio Platinum.

A tomada ocorreu na noite de quarta-feira, “a princípio de forma pacífica”, mas depois “os operadores foram raptados” por se recusarem a suspender o serviço de eletricidade, acrescentou.

No entanto, a usina conseguiu manter o fluxo elétrico em um ataque que poderia ter afetado a cidade de Guayaquil. Vera não especificou se a central seguia ocupada.

"Isso não é trivial, isso não é aleatório. Acredito que há um trabalho macabro de inteligência porque essa subestação é essencial", denunciou o chefe da pasta.

Enquanto isso, cerca de 10 mil indígenas que vieram de seus territórios protestam dia e noite em diferentes partes de Quito com uma série de reivindicações sobre o alto custo de vida.

As mobilizações, em sua maioria pacíficas, deixaram três mortos, 92 feridos e 94 detidos desde 13 de junho, segundo a Aliança de Organizações pelos Direitos Humanos.

A polícia, por sua vez, afirma que durante a revolta 117 agentes ficaram feridos e 28 foram detidos e posteriormente liberados.

Nesta quinta-feira, há novas convocações de protestos para exigir que o governo reduza os preços dos combustíveis, ajude com créditos nos bancos privados, entre outras medidas.

Em uma economia dolarizada onde os combustíveis são subsidiados, o aumento da gasolina elevou o custo dos fretes. Os indígenas alegam que seus produtos agrícolas estão gerando apenas prejuízos.

Mas a pressão não abalou o presidente conservador Guillermo Lasso, que considera as reivindicações inviáveis.

Afetado e isolado por uma recente infecção de covid-19, o presidente se recusa a ceder às condições que os indígenas impõem para se sentar e negociar.

Entre elas, está a revogação do estado de exceção sob o qual estão seis das 24 províncias e a capital, com um robusto destacamento militar e toques de recolher noturnos.

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