Indonésia realiza evacuação de 11 mil pessoas após erupção de vulcão e alerta de tsunami
Autoridades também foram forçadas a fechar um aeroporto, diante da queda de destroços
A erupção de um vulcão na Indonésia levou o país a retirar 11 mil pessoas de áreas de risco, após emitir um alerta de tsunami, na noite desta quarta-feira (17). A queda de destroços elevou o risco para o surgimento de ondas gigantes na região do Monte Ruang, que apresenta um aumento significativo das atividades vulcânicas.
As equipes de emergência trabalham, nesta quinta-feira, para retirar milhares de pessoas de uma área remota do país. A cratera do Monte Ruang, no norte da Indonésia, começou a expelir lava e cinzas na noite de terça-feira e a atividade vulcânica registrada na quarta-feira obrigou as autoridades a elevar o nível de alerta ao máximo.
O vulcão prosseguia em atividade pela manhã e o aeroporto internacional Sam Ratulangi, na cidade de Manado, a 100 km de distância, foi fechado porque a "a propagação de cinza vulcânica poderia colocar em perigo a segurança dos voos", informou em um comunicado Ambar Suryoko, diretor da agência aeroportuária regional.
"A estrada está coberta de matéria vulcânica", disse à AFP por telefone Ikram Al Ulah, integrante das equipes de emergência, que está no porto de Tagulandang.
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As autoridades se esforçavam para retirar os habitantes da área próxima ao vulcão, incluindo alguns da ilha remota de Tagulandang, que tem quase 20 mil moradores. Algumas pessoas começaram a abandonar região por conta própria durante a noite, com medo da erupção. Os socorristas tentam retirar os moradores em barcos e também precisaram transferir 17 detentos da penitenciária da ilha de Tagulandang.
"Durante a noite (de quarta-feira), algumas pessoas saíram por conta própria, mas sem uma ordem devido à erupção do vulcão e à queda das pedras", disse Jandry Paendong, da agência local de busca e resgate.
Turistas e residentes foram alertados para permanecerem fora de uma zona de exclusão de seis quilômetros. Mais de 800 pessoas foram inicialmente levadas para um local seguro de Ruang para a ilha vizinha de Tagulandang após a primeira erupção na noite de terça-feira, antes de mais quatro erupções nesta quarta-feira.
Alerta de tsunami
As autoridades também alertaram para um possível tsunami como resultado das erupções.
“As comunidades na ilha de Tgulandang, particularmente aquelas que residem perto da praia, (precisam) estar alerta para a potencial ejecção de rochas incandescentes, descargas de nuvens quentes e tsunami causado pelo colapso do corpo do vulcão no mar”, Hendra Gunawan, chefe da agência de vulcanologia da Indonésia, disse em comunicado na quarta-feira.
Os receios das autoridades foram agravados pela experiência anterior. Em 2018, a cratera do Monte Anak Krakatoa, entre as ilhas de Java e Sumatra, desabou parcialmente quando uma grande erupção fez com que enormes pedaços do vulcão deslizassem para o oceano, provocando um tsunami que matou mais de 400 pessoas e feriu milhares.
A Indonésia, um vasto arquipélago, experimenta frequentes atividades sísmicas e vulcânicas devido à sua posição no "Anel de Fogo" do Pacífico, um arco onde colidem placas tectônicas que se estende do Japão ao Sudeste Asiático e através da bacia do Pacífico.
Aeroporto fechado
O impacto da erupção do Monte Ruang levou ao encerramento do Aeroporto Internacional Sam Ratulangi na cidade de Manado, localizado a mais de 100 quilómetros (62 milhas) do vulcão, durante 24 horas até quinta-feira à noite.
As pistas do aeroporto foram fechadas "devido à propagação de cinzas vulcânicas que podem pôr em perigo a segurança do voo", disse Ambar Suryoko, chefe do escritório da autoridade aeroportuária da região de Manado, num comunicado.
O aeroporto hospeda companhias aéreas que voam para Cingapura e cidades da Coreia do Sul e China.
As erupções forçaram as autoridades a fechar um grande aeroporto e a emitir um alerta sobre a queda de destroços que poderia causar um tsunami.
"Todos os voos... impactados porque o aeroporto foi afetado pela erupção do Monte Ruang, cinzas vulcânicas", disse Dimas, funcionário do aeroporto de Manado, de 29 anos, à AFP por telefone.