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Saúde

Infecção por HIV após transplantes: empresa recebeu R$ 21,58 milhões do Governo do Estado desde jane

Laboratório interditado presta serviço a hospitais estaduais, institutos e centros especializados

Empresa, responsável pelos exames de análises clínicas e anatomia patológica na Central Estadual de Transplantes, também atuava em ao menos outras 12 unidades de saúde estaduaisEmpresa, responsável pelos exames de análises clínicas e anatomia patológica na Central Estadual de Transplantes, também atuava em ao menos outras 12 unidades de saúde estaduais - Foto: Freepik

O laboratório PCS Lab Saleme, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender ao programa de transplantes do Rio, foi interditado na última semana, após seis pacientes testarem positivo para o vírus do HIV ao receberem órgãos infectados.

A empresa, responsável pelos exames de análises clínicas e anatomia patológica na Central Estadual de Transplantes, também atuava em ao menos outras 12 unidades de saúde estaduais, como hospitais, institutos e centros especializados.

Segundo levantamento na Transparência do Estado, de janeiro de 2023 até outubro deste ano, o laboratório teve empenhos autorizados pelo governo no valor de R$ 21,58 milhões pelos diversos contratos que mantém.

Os valores foram referentes a serviços em unidades como as UPAs de Realengo, Campo Grande e Bangu, na Zona Oeste do Rio, os postos de atendimento médico (PAMs) de Cavalcanti e Coelho Neto, na Zona Norte, além dos hospitais estadual Ricardo Cruz e Carlos Chagas.

Vistoria e interdição
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) solicitou a interrupção dos serviços no dia 20 de setembro, uma semana depois que o processo administrativo com a notificação dos casos chegou na pasta. Em vistoria realizada no dia 4 de outubro, a Vigilância Sanitária do estado encontrou inúmeras irregularidades no laboratório, como a falta de kits de exames.

Três dias após a fiscalização, a empresa enviou um ofício à Fundação Saúde e à Superintendência de Vigilância Sanitária do Rio, informando ter tomado "medidas de adequação". Entre elas, o documento especifica, com fotos: "manutenção da rede elétrica, reduzindo o cabeamento exposto; manutenção dos armários, inclusão de portas e conserto das fórmicas, substituição de ar-condicionado, organização, limpeza e identificação das bancadas; organização dos controles de temperatura e termômetros; pintura de alguns locais; retirada de todos os materiais não indicados e materiais não condizentes com o laboratório; aquisição de novas estantes plásticas".

Entenda o caso
Entre os transplantes feitos estão os de rins, fígado e coração. A notificação do primeiro caso foi feita no dia 10 de setembro, segundo divulgou a rádio Bandnews FM nesta sexta-feira. O exame para HIV de dois doadores havia dado negativo na época da morte, mas eles eram soro positivo.

O paciente que recebeu um coração apresentou sintomas e reações nove meses depois. Após fazer inúmeros exames, ele testou positivo para o vírus HIV. Outros doadores estão sendo testados pelo Hemorio para saber se há mais casos registrados.

O transplante de um órgão no Brasil começa no atestado de morte encefálica, seguida pelo contato com a família e, depois, análise clínica do doador, com exames para verificar se o órgão está saudável. O erro aconteceu porque os testes para constatar doenças deram negativo, e a doação seguiu.

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