Congonhas

Infraero busca culpar dono avião por episódio em Congonhas; Legislação responsabiliza operadora

Estatal emitiu nota, mas integrantes do governo e do setor avaliam que empresa foi lenta em buscar uma solução

Aeroporto de Congonhas Aeroporto de Congonhas  - Foto: Divulgação / Infraero

A Infraero tenta se livrar da responsabilidade pelo caos aéreo depois que um avião de pequeno porte se acidentou no terminal na tarde de domingo. Em nota, a estatal indica que a responsabilidade por liberar as pistas era dos proprietários da aeronave. Entretanto, integrantes do governo e do setor afirmam que a Infraero também é responsável nestes casos e que a empresa foi lenta a encontrar uma solução para um incidente de menor gravidade.

Em nota, a Infraero busca responsabilizar a Supermix Concreto S.A., dona da aeronave, pela liberação da pista. A estatal cita um trecho do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) que diz é da responsabilidade empresa aérea remover a aeronave, bem como de destroços em qualquer parte do aeroporto.

Porém, a própria legislação determina que nos aeródromos públicos, como Congonhas, se a providência não for tomada imediatamente pela companhia, caberá a administração do aeroporto tomar a iniciativa e cobrar indenização das despesas.

" Nos aeródromos públicos, caso o explorador não providencie tempestivamente a remoção da aeronave ou dos seus destroços, caberá à administração do aeródromo fazê-lo, imputando-se àquele a indenização das despesa", diz o CBA.

O incidente envolvendo o jatinho, que teve o pneu estourado e parou no final da pista de Congonhas ocorreu às 13h32 e a proprietária removeu a aeronave do local às 22h18, " horário em que as operações foram imediatamente liberadas", diz a Infraero em nota.

O fechamento de um dos mais movimentados aeroportos do país por nove horas prejudicou milhares de passageiros com efeitos em toda a malha aérea, nessa segunda-feira.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) reforçou em nota que a Infraero deveria dispor de equipamento próprio ou exigir das empresas um plano de contingência para aeroportos movimentados e com espaço restrito:

"Para a Abear, cabe ao operador aeroportuário ter ou exigir de quem opera em pistas complexas (como é o caso de Congonhas) um plano de contingência para esse tipo de evento tal qual é atendido pela aviação comercial".

A Infraero informou ainda que logo após o incidente, integrantes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), órgão do Comando da Aeronáutica, deu inicio ao trabalho de apuração das causas do incidente e que foi acionado um plano de contingência, vistoria na pista, limpeza e substituição do balizamento que ficou danificado. Esse trabalho foi concluído às 15h59, diz a estatal na nota.

A Força Aérea também informou em nota que os investigadores foram acionadas para fazer o trabalho inicial, como coleta de dados e preservação de indícios e que a conclusão dos trabalhos ocorrerá o mais rápido possível.

" O objetivo das investigações realizadas pelo CENIPA é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram", diz o texto.

Veja também

Mulheres já infectadas podem se beneficiar da vacina contra HPV
VACINAÇÃO

Mulheres já infectadas podem se beneficiar da vacina contra HPV

União Europeia anuncia empréstimo de  35 bilhões para Ucrânia com ativos russos congelados
EUROPA

União Europeia anuncia empréstimo de 35 bilhões para Ucrânia com ativos russos congelados

Newsletter