Instituto do Autismo expande operação em Pernambuco; nova unidade será inaugurada em Olinda
Por mês, o Instituto passará a ter a capacidade de realizar cerca de mil atendimentos
Ampliando sua capacidade de atendimento, o Instituto do Autismo (IDA) inicia, neste mês, a construção de uma nova unidade na Região Metropolitana do Recife. Já presente em quatro bairros da capital pernambucana e nos municípios de Igarassu, Carpina e Caruaru, o IDA também passará a atender em Olinda. Os detalhes foram apresentados durante visita à redação da Folha de Pernambuco.
Estiveram presentes à visita o diretor geral do IDA, Kadu Lins, além do head de Marketing e Comunicação do Instituto, Diego Pérez. A Folha de Pernambuco foi representada por seu diretor Executivo, Paulo Pugliesi, além da diretora Administrativa, Mariana Costa, e a gerente Administrativa, Ivone Palácio. Também estiveram presentes os editores de Cotidiano e Esportes, Geison Macedo, e de Política e Economia, Carol Brito.
Com a abertura da nova unidade, que será construída no bairro de Casa Caiada, o Instituto terá, ao todo no Estado, a capacidade de atender cerca de mil famílias por mês. O local, que também realiza ações sociais, oferece um atendimento transdisciplinar para o tratamento do autismo.
Entre as opções disponibilizadas, estão terapias integradas com musicoterapia, equoterapia, entre outras. Para o diretor geral do IDA, Kadu Lins, o tratamento das questões que envolvem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ser conduzido por diferentes especialistas, para auxiliar no desenvolvimento pleno da criança e do adolescente diagnosticado.
“O autista precisa estar no centro da observação de vários profissionais, que devem olhar com a visão específica da sua área para entender o porquê de alguns comportamentos. Se a criança tem uma sensibilidade auditiva, por exemplo, eu preciso do músico terapeuta. Mas, se tiver uma dificuldade pedagógica, eu preciso do psicopedagogo. Esse olhar transdisciplinar é que vai fazer a diferença”, destacou Kadu.
Além da atenção para a criança ou adolescente, Kadu também ressalta a importância de voltar o olhar para o cuidador da pessoa com autismo. “A família da pessoa com autismo também precisa de acolhimento. Muitas mães, por exemplo, se sentem abandonadas nessa luta que pode ser muito estressante”, ressaltou o diretor geral do IDA.
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Segundo Kadu, as dificuldades são enfrentadas já nos primeiros momentos, ainda durante a busca pelo diagnóstico que, na rede pública de saúde, leva cerca de dois anos e meio para ser obtido.
“É um momento de muitas dúvidas e questionamentos, se a criança vai falar, como ela vai se comportar, se vai sofrer preconceito e vários outros pontos. Por isso, é preciso uma rede de apoio”, observou.
O diretor geral do IDA destaca ainda que, por ser reconhecido como uma deficiência, o autismo possibilita a garantia de alguns benefícios previstos em lei. “A família tem direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), garantia de vaga na escola, adaptação pedagógica e terapia”, explicou.
Para auxiliar na conscientização sobre o autismo, Kadu viajou recentemente para Angola a convite do Ministério da Saúde e Educação do país africano. “Foram convidados 30 profissionais brasileiros de todas as áreas para um mutirão. Capacitamos muitos profissionais da área de saúde e educação. Uma experiência da qual voltei pensando que tenho a obrigação de tentar fazer o dia de alguém melhor, ser um ser humano melhor”, comentou.
Confira a entrevista completa com Kadu Lins: