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Saúde

Inteligência Artificial: 1º medicamento com a tecnologia avança nos estudos em humanos com suce

Empresa de biotecnologia investe no uso da inteligência artificial para identificar alvos de doenças e projetar novas moléculas direcionadas a eles

Profissional de saúde pesquisa informações médicas de pacientes; Brasil ainda precisa completar o processo de digitalização de dados para poder passar para a inteligência artificial Profissional de saúde pesquisa informações médicas de pacientes; Brasil ainda precisa completar o processo de digitalização de dados para poder passar para a inteligência artificial  - Foto: Freepik

Nesta semana, a Insilico Medicine, uma empresa de biotecnologia aliada à inteligência artificial, anunciou que o primeiro paciente recebeu o seu medicamento inédito descoberto e projetado completamente por inteligência artificial (IA). O voluntário faz parte dos estudos clínicos do remédio, que entram agora na segunda das três etapas.

O medicamento chama-se INS018_055 e é destinado ao tratamento da fibrose pulmonar idiopática, uma doença respiratória relativamente rara que causa declínio progressivo da função pulmonar. Ele é aplicado de forma oral e será administrado durante 12 semanas em centenas de participantes para avaliar a segurança, tolerabilidade e eficácia preliminar.

No início do ano, a Insilico divulgou os primeiros dados positivos da fase 1 dos testes clínicos, realizada na Nova Zelândia e na China com cerca de 125 indivíduos. “Com potencial demonstrado contra fibrose e inflamação, o INS018_055 pode oferecer outra opção para pacientes em todo o mundo”, disse Feng Ren, CEO e diretor científico da empresa.

O grande marco do fármaco, no entanto, é o fato de ele ter sido completamente descoberto e projetado por meio de uma inteligência artificial. A empresa é pioneira nesse setor, e descreveu pela primeira vez a maneira pela qual a tecnologia poderia criar novas moléculas em 2016.

Desde então, a Insilico investiu na área e já anunciou 12 candidatos pré-clínicos em seu portfólio, três deles que já avançaram para o estudos clínicos. Para isso, a empresa utiliza diversas plataformas treinadas em milhões de amostras de dados.

Uma delas, chamada PandaOmics, identifica o material do paciente e prioriza os alvos que desempenham um papel significativo na eficácia de uma doença. É o caso, por exemplo, da observação de que a proteína Spike do coronavírus é a que o vírus utiliza para contaminar as células humanas e causar a infecção. Com a IA, porém, essa descoberta de uma proteína chave é mais rápida, diz a Insilico.

Em seguida, outra plataforma consegue projetar novos compostos, com base nos conhecimentos sobre moléculas antigas, direcionados à proteína identificada pelo PandaOmics. No caso do medicamento para fibrose pulmonar, foram geradas 80 moléculas. Segundo o laboratório, elas alcançaram altas taxas de sucesso e foram desenvolvidas em um tempo muito curto, apenas 18 meses desde a análise inicial.

“Quando começamos a desenvolver IA generativa para descoberta de medicamentos, nunca esperei ver os resultados clínicos e pré-clínicos que temos hoje. Estamos ansiosos para continuar avançando com essa terapia potencialmente pioneira para ajudar os pacientes necessitados e mostrar o valor da IA generativa na descoberta e desenvolvimento de medicamentos”, diz Alex Zhavoronkov, fundador e co-CEO da Insilico Medicine.

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