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Intoxicação alimentar no verão: veja por que calor favorece transmissão da doença e como se prevenir

Alerta vale tanto para comidas consumidas dentro de casa quanto para refeições em estabelecimentos, como restaurantes, ou viagens e passeios

Intoxicação alimentarIntoxicação alimentar - Foto: Canva/Reprodução

A intoxicação alimentar tende a ter uma alta no número de casos durante o verão. Em Pernambuco, a realidade não deve ser diferente, já que, neste ano, a estação será mais seca e quente que o normal.

Com o calor, a proliferação de bactérias e fungos cresce. Isso acelera a decomposição dos alimentos, principalmente os que estiverem mal armazenados. 

O alerta vale tanto para comidas consumidas dentro de casa, quanto para refeições feitas em viagens ou passeios, que tendem a acontecer em restaurantes, parques e praias, por exemplo. Isso torna ainda mais importante atestar a qualidade desses materiais.

"Essas condições aceleram a decomposição dos alimentos, principalmente os que não são acondicionados da maneira correta. Por isso que a gente fala tanto sobre a importância do armazenamento, transporte e manipulação dos alimentos em todas as épocas do ano, principalmente nessa que favorece a ploriferação", explicou a nutricionista Marcella Macêdo, especialista em Nutrição Clínica, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Com quais alimentos se preocupar
Durante o verão, é importante tomar cuidados necessários para alimentos crus e malcozidos. Em restaurantes ‘self-service’, onde a comida fica exposta, ou até mesmo em parques ou praias, onde a refrigeração normalmente não é adequada.

"Alimentos prontos ou manipulados fora de casa, principalmente praias e ambientes expostos ao calor, onde a refrigeração correta é extremamente importante, mas que nem sempre é feita. Laticínios e derivados do leite também precisam ser refrigeração constante para evitar deterioração. Alimentos preparados com ovos crus, que não passam por processo de cocção, como maionese, molhos e sobremesas também merecem atenção", completou a profissional.

Procura por atividades ao ar livre com muitas pessoas, como praias, pode aumentar risco de contrair conjuntiviteAlimentos consumidos em ambientes abertos, como praias e parques, são sinal de alerta para intoxicação alimentar. - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Segundo a nutricionista, também é bom tomar cuidado com alimentos e bebidas que podem render prejuízo se forem manipulados incorretamente: frutas, verduras, legumes, e até água e gelo.

"A higienização de frutas, verduras e legumes, apesar de frescos, é super importante, e são alimentos facilmente contaminados se não forem devidamente higienizados", iniciou.

"Água e gelo precisam de muita atenção. Prefiram sempre consumir água mineral, de uma fonte confiável, garantindo que a embalagem esteja lacrada se a consumir fora de casa. E o gelo também deve ser manipulado com cuidado e preparado com água potável para evitar riscos de contaminação", explicou.

Sintomas e cuidados
Os sintomas da intoxicação alimentar podem variar de acordo com a bactéria presente no alimento consumido. Em casos gerais, no entanto, é possível observar com maior incidência náusea, diarreia, dor abdominal, vômitos, mal-estar e febre.

"Geralmente duram um a três dias, mas dependendo do tipo e gravidade da intoxicação, isso pode mudar um pouco, podendo apresentar febre alta, sangue nas fezes, vômitos persistentes e desidratação. Nessas situações, é fundamental buscar atendimento médico imediato, principalmente para crianças, idosos e grupos de risco, como gestantes, que têm maior risco de complicação. Então é importante se atentar aos sinais e não deixar o quadro se agravar", pontuou a nutricionista.

Dor abdominalDores abdominais são comuns em casos de intoxicação alimentar. - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Ao identificar esses primeiros sinais, é importante também tomar alguns cuidados básicos. Sempre é bom manter os alimentos bem refrigerados, se atentando à temperatura adequada no armazenamento. Além disso, como explica Marcella Macêdo, nunca custa se atentar para a higiene dos estabelecimentos frequentados.

"A gente precisa se atentar aos alimentos citados, e também à contaminação cruzada na preparação e manipulação dos alimentos. Então manter os alimentos crus distantes dos cozidos. Ter cuidado com as tábuas e utensílios utilizados. Não consumir alimentos com alteração de cor, odor e sabor, então se você desconfia de algo, é melhor evitar", começou.

"Não ingerir alimentos com embalagem danificada. Se atentar à higiene do local. Lavar bem as mãos antes do preparo e consumo dos alimentos. Lavar as frutas, verduras e legumes, idealmente com água corrente e solução de hipocloreto de sódio. Isso é muito importante. E também manter os alimentos refrigerados, sem os deixar expostos por muito tempo", completou.

Tratamento 
O  quadro de intoxicação alimentar pode durar de um a três dias, em casos leves. A principal dica, no entanto, é sempre procurar um profissional capacitado para prestar auxílio.

Nesse momento, alimentação deve ser leve e rica em nutrientes. - Foto: Freepik

"Os casos leves são tratados com a adequação da hidratação. Então beber muita água e líquidos para repor os fluidos e eletrólitos perdidos, alimentação leve e equilibrada que seja de fácil digestão, além de repouso, se necessário. A orientação médica pode indicar também medicamento para controle dos sintomas", explicou a profissional.

O paciente também deve evitar bebidas alcoólicas, que podem agravar rapidamente a desidratação, refrigerantes e café. Alimentos açucarados, muito condimentados ou gordurosos também não são indicados.

Caso o quadro seja grave, o tratamento vai precisar ser mais intenso. "Nesses casos, vai ser necessária a intervenção médica hospitalar, dosagem de eletrólitos, medicações específicas para cada caso e administração de fluidos intravenosos. Mas é importante saber que a conduta médica depende da condição de cada paciente", afirmou a nutricionista Marcella Macêdo.
 

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