tragédia

Inundações na Líbia deixam mais de 2.300 mortos

Cerca de 5000 pessoas estão desaparecidas e 7000 ficaram feridas

Tempestade na Líbia deixa mais de 2 mil mortosTempestade na Líbia deixa mais de 2 mil mortos - Foto: AFP

As inundações que devastaram a cidade de Derna, no leste da Líbia, deixaram mais de 2.300 mortos, afirmou à AFP, nesta terça-feira (12), o porta-voz dos serviços de emergência do governo de Trípoli, reconhecido internacionalmente.

Imagens da cidade de Derna, de 100.000 habitantes, mostram vários edifícios destruídos às margens de um rio e pequenas casas submersas após o rompimento de duas represas.

Usama Ali, porta-voz destes serviços, que têm uma equipe em Derna, indicou que as inundações provocadas pela tempestade Daniel deixaram "mais de 2.300 mortos" e cerca de 7.000 feridos, e mais de 5.000 pessoas estão desaparecidas.

Segundo autoridades do leste da Líbia, um país onde dois governos disputam o poder, as duas principais represas do rio Wadi Derna se romperam na noite de domingo e formaram rios de lamao que destruíram pontes e edifícios em sua passagem até o Mediterrâneo.

Entre os mortos estão três voluntários do Crescente Vermelho que ajudavam os afetados pela catástrofe, informou nesta terça-feira a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).

Paisagem apocalíptica 
Os socorristas pareciam sobrecarregados com o alcance da tragédia, segundo imagens gravadas por moradores da região publicadas nas redes sociais.

"As necessidades humanitárias excedem em muito as capacidades do Crescente Vermelho Líbio e até mesmo as capacidades do governo", alertou Tamer Ramadan, da FICV, em Genebra.

Estradas bloqueadas, deslizamentos de terra e inundações impediram que os serviços de emergência chegassem à população das zonas afetadas, que teve de recorrer a meios rudimentares para recuperar os corpos e retirar os sobreviventes da lama.

Derna e outras cidades estão isoladas do resto do país, apesar dos esforços das autoridades para restaurar as redes de telefonia móvel e de Internet.

Desde o violento terramoto que abalou a cidade de Al Marj (leste) em 1963, esta é a pior catástrofe natural que atingiu esta região do país.

Entre as imagens que circulam, algumas mostram dezenas de corpos cobertos na praça principal de Derna, à espera de serem identificados e enterrados em Martouba, uma pequena localidade a cerca de 30 quilômetros a sudeste.

Mobilização humanitária 
Comboios de ajuda foram enviados do leste do país para Derna. O governo de Trípoli, dirigido por Abdelhamid Dbeibah, anunciou o enviou de dois aviões-ambulância e um helicóptero, com 87 médicos, uma equipe de socorristas e de investigação, além de técnicos para restabelecer a corrente elétrica.

O leste da Líbia abriga os principais campos e terminais de petróleo. A Companhia Nacional de Petróleo (NOC, na sigla em inglês) declarou "estado de alerta máximo" e "suspendeu os voos" entre os centros de produção, onde a atividade foi drasticamente reduzida.

Equipes de emergência enviadas pela Turquia também chegaram à região, segundo as autoridades.

O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Richard Norland, anunciou que a embaixada emitiu uma "declaração de necessidades humanitárias (que) autorizará o financiamento inicial" para o seu país abastecer as equipes de emergência, segundo uma mensagem no X (antigo Twitter).

A União Europeia (UE) também mostrou disposição para enviar ajuda, como afirmou também na rede social X o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrel.

Descrita pelos especialistas como um fenômeno "extremo em termos de volume de água", a tempestade Daniel afetou Grécia, Turquia e Bulgária nos últimos dias, com um balanço de 27 mortos.

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