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NEGOCIAÇÃO

Irã afirma que países europeus têm vontade ''séria'' de retomar negociações nucleares

Na segunda-feira e nesta terça, funcionários iranianos se reuniram em um local secreto com representantes de Alemanha, Reino Unido e França

Bandeira do IrãBandeira do Irã - Foto: Arquivo/AFP

O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, afirmou nesta terça-feira (14), após conversas em Genebra, que Alemanha, França e Reino Unido têm uma vontade "séria" de retomar as negociações sobre o programa nuclear da República Islâmica.

"As conversas com os três países europeus buscam explorar os meios para retomar as negociações nucleares", declarou Araghchi em uma entrevista à televisão estatal.

Os diálogos foram "positivos e sentimos a seriedade [...] e a vontade [das partes europeias] de uma solução negociada", acrescentou. Mas "não sabemos se a nova administração dos Estados Unidos tem a intenção de retomar as negociações", disse ele.

Na segunda-feira e nesta terça, funcionários iranianos se reuniram em um local secreto com representantes de Alemanha, Reino Unido e França. Todas as partes asseguraram que as conversas foram "francas e construtivas".

Segundo o Irã, as conversas trataram principalmente sobre um possível levantamento das sanções impostas ao país.

A reunião em Genebra foi a segunda em menos de dois meses.

Os encontros ocorreram pouco antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro, tendo em vista que, durante seu primeiro mandato, o republicano implementou uma política de "máxima pressão" sobre o Irã, o que levou à retirada dos Estados Unidos do acordo de 2015.

Este pacto limitava o programa nuclear do Irã em troca de um alívio nas sanções internacionais.

A República Islâmica manteve-se fiel às condições do acordo até a retirada de Washington, mas depois começou a descumprir seus compromissos.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã aumentou sua produção de urânio enriquecido e é o único país sem arsenal nuclear a ter urânio enriquecido a 60%, perto dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica.

Teerã insiste que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e nega qualquer intenção de desenvolver armas nucleares.

Desde que assumiu o cargo em julho, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian tem defendido a reativação do acordo, de modo a acabar com o isolamento imposto ao país.

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