Acordo nuclear

Irã diz que pacto nuclear 'não faz sentido' se AIEA não encerrar sua investigação

Agência investiga sobre a descoberta de restos de urânio enriquecido em três locais não declarados no Irã

O presidente iraniano Ebrahim Raisi O presidente iraniano Ebrahim Raisi  - Foto: Iranian Presidency / AFP

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou nesta segunda-feira (29) que "não faz sentido" salvar o acordo nuclear de 2015 se a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não encerrar sua investigação sobre os estabelecimentos não declarados no país.

"Durante as negociações, destacamos que todos os temas [relacionados à AIEA] devem ser resolvidos", disse Raisi em coletiva de imprensa.

"Se essas questões não forem resolvidas, não faz sentido falar do acordo", acrescentou.

O Irã pediu diversas vezes que a AIEA encerre sua investigação sobre a descoberta de restos de urânio enriquecido em três locais não declarados no Irã.

A agência nuclear da ONU instou o Irã a "cooperar" em junho e lamentou a falta de respostas "credíveis" de Teerã sobre esses vestígios. 

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse à CNN na semana passada que "não tinha intenção" de interromper a investigação.

Além disso, o Irã teria começado a enriquecer urânio em uma das cascatas de centrífugas recentemente instaladas em uma parte subterrânea da usina de Natanz, no centro do país, segundo um relatório da AIEA enviado nesta segunda-feira por Grossi aos Estados membros.
As declarações do presidente iraniano acontecem no momento em que seu país analisa a resposta dos Estados Unidos a suas sugestões sobre um texto "final" apresentado pela União Europeia para salvar o acordo histórico.

O governo dos Estados Unidos permanece firme em sua exigência de que o Irã coopere com a AIEA.

O acordo entre Irã e seis potências mundiais - Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos - concedia ao Irã um alívio das sanções em troca de que freasse seu programa nuclear. 

Desde que assumiu o cargo em 2021, o presidente Joe Biden tenta fazer com que os Estados Unidos voltem ao acordo abandonado por seu antecessor Donald Trump em 2018.

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