Irã está aumentando suas capacidades nucleares
Segundo a AIEA, o Irã é o único país sem armamento nuclear que enriquece urânio ao nível de 60%, próximo do necessário para desenvolver uma bomba
O Irã está aumentando suas capacidades nucleares, anunciou, nesta quinta-feira (13), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma semana depois de a Junta de Governadores desta agência da ONU adotar uma resolução criticando a falta de cooperação de Teerã.
A AIEA informou a seus membros, nesta quinta, que o Irã tinha comunicado que estava instalando mais centrífugas nas usinas de enriquecimento de Natanz e Fordow, segundo nota enviada à AFP.
A moção, apresentada na semana passada por Reino Unido, França e Alemanha - e à qual se opuseram China e Rússia - durante a reunião da Junta de 35 países da AIEA foi a primeira do tipo desde novembro de 2022.
A resolução, que Teerã qualificou de "precipitada e insensata", ocorreu em um momento de estagnação sobre a escalada das atividades nucleares do Irã e em meio ao temor entre as potências ocidentais de que a República Islâmica esteja tentando desenvolver uma arma nuclear, o que o país nega.
Embora por enquanto seja apenas simbólica, a moção pretende aumentar a pressão diplomática sobre o Irã, com a possibilidade de remeter o assunto ao Conselho de Segurança da ONU.
No passado, resoluções similares levaram Teerã a adotar represálias, retirando câmeras de vigilância e outros equipamentos de suas instalações nucleares e intensificando suas atividades de enriquecimento de urânio.
Segundo a AIEA, o Irã é o único país sem armamento nuclear que enriquece urânio ao nível de 60%, próximo do necessário para desenvolver uma bomba, e acumula estoques cada vez maiores.
A AIEA declarou que Teerã acelerou consideravelmente seu programa nuclear e agora dispõe de material suficiente para fabricar várias bombas atômicas.
O Irã tem abandonado gradualmente os compromissos assumidos no âmbito do acordo internacional de 2015 com as potências mundiais.
Esse pacto teoricamente regularia suas atividades econômicas em troca da suspensão das sanções internacionais, mas veio abaixo após a retirada dos Estados Unidos, decidida em 2018 pelo então presidente Donald Trump.