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Filme

Irã interroga equipe de filme selecionado para competição em Cannes

As pessoas que trabalharam em "The Seed of the Sacred Fig" receberam pressões para que o filme fosse retirado do festival

Irã Irã  - Foto: AFP

As autoridades iranianas submeteram a interrogatórios membros da equipe de filmagem e atores do filme do aclamado diretor Mohammad Rasoulof que será exibido dentro da mostra competitiva do Festival de Cannes no mês que vem, informou o advogado do elenco nesta terça-feira (30).

As pessoas que trabalharam em "The Seed of the Sacred Fig" receberam pressões para que o filme fosse retirado do festival e os atores foram proibidos de sair do país, escreveu o advogado, Babak Paknia, na rede social X.

Rasoulof, ganhador em 2020 do Urso de Ouro, o prêmio máximo do Festival de Cinema de Berlim, com seu filme contra a pena capital "Não Há Mal Algum", foi detido em julho de 2022.

O cineasta foi libertado no final de 2023, depois que os protestos antigovernamentais iniciados em setembro de 2022 perderam força progressivamente.

Paknia acrescentou no X que alguns atores e membros da equipe de filmagem foram "interrogados" esta semana e na semana anterior e que alguns intérpretes foram proibidos de sair do país.

"Depois de várias horas de interrogatório, lhes foi pedido que solicitassem ao diretor que retirasse o filme do Festival de Cannes", acrescentou.

Não está claro quantas pessoas foram interrogadas. Também não se sabe se Rasoulof poderá sair do Irã para comparecer ao festival, que acontece de 14 a 25 de maio na famosa cidade do Mediterrâneo francês.

Tanto o tema do filme quanto o elenco permanecem em sigilo.

Participar do Festival de Cannes tem sido cada vez mais difícil para diretores e atores iranianos nos últimos anos.

O cineasta Saeed Roustaee, por exemplo, foi condenado a seis meses de prisão pela projeção de seu longa "Leila's Brothers", na edição de 2022.

As autoridades da República Islâmica alegaram que o filme foi exibido sem autorização.

A protagonista, Taraneh Alidoosti, foi libertada no início de 2023 após passar quase três semanas na prisão por seu apoio ao movimento de protesto desencadeado pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022, que havia sido detida por supostamente descumprir o rígido código de vestimenta das mulheres no país.

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