internacional

Irã prende renomada advogada durante enterro de jovem morta no metrô

Nasrin Sotoudeh, de 60 anos, ganhadora do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu para defensores dos direitos humanos em 2012, foi detida várias vezes nos últimos anos

A iraniana Nasrin Sotoudeh, com seu marido e seus filhos, em foto de 2018 A iraniana Nasrin Sotoudeh, com seu marido e seus filhos, em foto de 2018  - Foto: AFP

A renomada advogada iraniana e defensora dos direitos humanos Nasrin Sotoudeh foi presa no domingo (29) durante o enterro de uma adolescente morta no metrô em circunstâncias confusas. Armita Garawand, estudante de 17 anos de uma região curda, foi sepultada em um cemitério no sul de Teerã, no dia seguinte a sua morte. A jovem havia passado quase um mês em coma no hospital, após desmaiar no metrô da capital.

"Minha mulher foi detida no funeral de Armita Garawand, junto com outros participantes" disse Reza Khandan à AFP, acrescentando que sua mulher foi "agredida violentamente".

A agência de notícias local Fars informou, no domingo à noite, que a advogada foi "detida e entregue à autoridade judicial" por "não usar véu" e por "perturbar a segurança mental da sociedade". Desde a Revolução Islâmica de 1979, o uso do véu é obrigatório para as mulheres.

Sotoudeh, de 60 anos, ganhadora do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu para defensores dos direitos humanos em 2012, foi detida várias vezes nos últimos anos. Em 2018, ela foi pressa por ter defendido uma mulher detida após protestar contra a obrigação de usar véu no Irã. Um ano depois, foi condenada a 12 anos de prisão "por ter incentivado a corrupção e o excesso".

As circunstâncias da morte da jovem continuam controversas. Um vídeo de uma câmera de segurança que foi amplamente divulgado nas redes sociais mostrou Garawand, que não usava lenço na cabeça, retirada de um vagão do metrô após perder a consciência.

As autoridades dizem que ela caiu e bateu a cabeça, após sofrer uma queda repentina de pressão arterial. E negaram "altercações físicas ou verbais com passageiros, ou funcionários do metrô".

Segundo várias ONGs, no entanto, a estudante ficou gravemente ferida após uma "agressão" cometida por membros da chamada polícia da moralidade, encarregada de fazer cumprir o rigoroso código de vestimenta das mulheres em público.

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