Irlanda anuncia comissão de investigação para apurar 2,4 mil denúncias de violência sexual em escola
Acusações são direcionadas a 884 pessoas que trabalharam em escolas ou internatos sob gestão de ordens religiosas, na época ou até hoje
Acusações contra 884 pessoas suspeitas de abuso sexual em escolas ou internatos sob gestão de ordens religiosas serão apuradas pelas autoridades da Irlanda em uma comissão de investigação.
A ação vem após 2,4 mil possíveis casos ocorridos entre 1970 e 2023 virem à tona em relatório encomendado pelo governo e divulgado nesta semana.
O estudo compila quase 2,4 mil acusações de violência sexual apresentadas diante das ordens religiosas que administram mais de 300 escolas no país. Segundo o relatório, metade dos supostos agressores já morreram.
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A ministra da Educação, Norma Foley, considerou “profundamente chocante” o relatório que, em sua opinião, mostra pela primeira vez a extensão da violência no sistema educacional católico irlandês.
O primeiro-ministro, Simon Harris, por sua vez, saudou a coragem das vítimas denunciantes e disse que essa violência é “uma sombra do passado que continua pesando sobre tantas vidas, tantas famílias, tantas comunidades”.
Em resposta, o órgão que representa as ordens católicas da Irlanda pediu perdão, afirmou estar “profundamente devastado” e prometeu “cooperar plenamente”.
Este relatório inicial levará à criação de uma comissão de investigação sobre o problema, anunciou a ministra Foley à imprensa em Dublin.
Seus autores explicaram que entraram em contato com 73 ordens religiosas que estiveram ou estão à frente de escolas católicas na Irlanda, das quais 42 tinham arquivos de acusações de agressões e violências sexuais.
Essa investigação foi encomendada após a exibição de um documentário televisivo que revelou denúncias de violências sexuais em uma escola de Dublin.