Líder supremo do Irã promete resposta a ataque que matou Ismail Haniyeh: "Dever de buscar vingança"
Teerã e Hamas culpam Israel pelo ataque, que não se manifestou sobre o caso
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o país "tem o dever de buscar vingança" após a morte do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
O ataque, atribuído pelo movimento palestino e pelo governo iraniano a Israel, foi lançado nesta quarta-feira, enquanto Haniyeh participava da posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.
Following this bitter, tragic event which has taken place within the borders of the Islamic Republic, it is our duty to take revenge.
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) July 31, 2024
"O regime sionista criminoso e terrorista martirizou nosso querido hóspede em nosso território e causou nossa dor, mas também preparou o terreno para uma punição severa", escreveu o líder supremo iraniano na rede social X. "Após este evento amargo e trágico que ocorreu dentro das fronteiras da República Islâmica, é nosso dever nos vingar".
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A morte de Haniyeh foi confirmada tanto pela Guarda Revolucionária do Irã quanto pelo próprio movimento palestino, que atribuíram o ataque a Israel. O Estado judeu não se manifestou sobre as acusações. Além do líder iraniano, o grupo que governa Gaza também prometeu retaliação.
"O assassinato do líder Ismail Haniyeh é um ato de covardia e não ficará impune", afirmou Musa Abu Marzuk, um alto dirigente do Hamas, em um comunicado logo após a morte e Haniyeh.
Apesar das promessas de retaliação, há acenos de moderação dentro do próprio governo iraniano. A mídia estatal noticiou que o vice-presidente Mohammad Reza Aref afirmou que Teerã não tem nenhuma intenção de responder ao ataque de Israel contra o líder do Hamas — o que demonstraria uma divergência entre o governo reformista recém-eleito e a liderança suprema da revolução.
Entenda o ataque
Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas de 62 anos, morreu após um bombardeio aéreo atingir a residência em que estava hospedado no norte de Teerã, informaram o movimento palestino e a Guarda Revolucionária do Irã nesta quarta-feira.
Exilado no Catar, Haniyeh tinha um perfil mais político dentro da organização e liderava as conversas sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Sua morte foi apontada por mediadores como um revés para as chances de um acordo de paz. Mesmo após o início do conflito, quando virou um dos principais alvos israelenses, ele seguiu cumprindo agendas internacionais, inclusive no Irã.
Poucos detalhes foram revelados sobre o ataque até o momento — que Israel não reivindicou ou negou participação. As informações iniciais dão conta de um ataque aéreo e das mortes de Haniyeh e de um guarda-costas.