Ismail Haniyeh: morte de chefe político do Hamas é "flagrante desrespeito" ao Irã, diz Itamaraty
Em nota, governo brasileiro condena assassinato e volta a defender o cessar-fogo em conflito entre Israel e o grupo palestino
O Itamaraty divulgou uma nota, nesta quarta-feira, em que condena "veementemente" o assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do Escritório Político do Hamas. A morte de Haniyeh ocorreu na terça-feira, em Teerã, e tanto o grupo palestino como o governo do Irã culpam Israel pelo ataque.
Para o governo brasileiro, o ataque a Haniyeh, ocorrido no Irã, desrespeita a integridade territorial do país. O texto também destaca que crimes sem motivação pioram a situação no Oriente Médio.
"O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio", diz um trecho da nota.
Segundo o Itamaraty, tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Israel e o grupo palestino Hamas estão em conflito desde outubro do ano passado.
O Brasil reitera, no comunicado, o apelo a todos os atores para que exerçam "máxima contenção". A ideia é impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes.
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O governo brasileiro também pede à comunidade internacional um esforço para promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades.
O caminho para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, diz a nota, é implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Haniyeh estava na posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian. Durante a solenidade, o braço político do Hamas estava sentado perto do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin.
Procurada, a assessoria do vice presidente disse que Alckmin não dará declarações e se encontra em processo de deslocamento para o Brasil.