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Israel aceita trégua em Gaza proposta pelo Egito, que aguarda resposta palestina

"O lado israelense aceitou e ainda aguardamos a resposta palestina", disse uma fonte egípcia à AFP no Cairo

Conflito na Faixa de GazaConflito na Faixa de Gaza - Foto: Said Khatib/AFP

Israel aceitou, neste domingo (7), uma trégua proposta pelo Egito na Faixa de Gaza, onde enfrenta o grupo armado Jihad Islâmica, que ainda negocia um cessar-fogo após três dias de ataques que deixaram pelo menos 31 palestinos mortos, incluindo crianças.

"O lado israelense aceitou e ainda aguardamos a resposta palestina", disse uma fonte egípcia à AFP no Cairo.

As negociações representam um raio de esperança para um acordo que acabe com a escalada de violência mais grave em Gaza desde a guerra de 11 dias em maio de 2021.

Israel bombardeia desde sexta-feira posições da Jihad Islâmica em Gaza, um território de 362 quilômetros quadrados onde vivem 2,3 milhões de pessoas e que está sob bloqueio israelense há mais de 15 anos. 

Em resposta, o grupo armado, apoiado pelo Irã e incluído na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, disparou centenas de foguetes contra Israel. 

O presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, disse que os mediadores conversavam com as partes "24 horas por dia" para acabar com a violência. 

Uma fonte da Jihad Islâmica citou discussões de "alto nível" para uma trégua, mas alertou que a "resistência não acabará se a agressão e os crimes da ocupação (israelense) não forem interrompidos". 

Neste domingo, o grupo lançou foguetes em direção a Jerusalém pela primeira vez desde o início da escalada da violência, mas os projéteis foram derrubados pelo exército.

Israel anunciou que neutralizou toda a "alta cúpula da ala militar da Jihad Islâmica em Gaza".  

A relação inclui Taysir al Jabari 'Abu Mahmud', um dos principais líderes do grupo armado, morto na sexta-feira em Gaza, e Khaled Mansour, um alto comandante que faleceu em um ataque em Rafah.

"Feridos a cada minuto" 

O ministério da Saúde de Gaza anunciou que os confrontos mataram pelo menos 31 palestinos, incluindo seis crianças, e deixaram 275 feridos. 

"A situação é muito ruim", declarou à AFP Mohamed Abu Salmiya, diretor do hospital Shifa de Gaza. "Chegam feridos a cada minuto". 

As autoridades israelenses rebatem a acusação e afirmam que várias crianças palestinas morreram no sábado à noite em Jabalia (norte de Gaza) vítimas de um lançamento frustrado de foguetes em direção a Israel, e não como parte da ofensiva de seu exército. 

Não é possível saber quantas crianças faleceram nesta localidade, mas um fotógrafo da AFP observou seis corpos no hospital local, incluindo três menores de idade.

O exército israelense anunciou que atacou 139 posições da Jihad Islâmica. Também informou que os militantes lançaram mais de 600 foguetes e morteiros, mas pelo menos 100 projéteis caíram no território palestino.

Centenas de israelenses celebravam neste domingo em Jerusalém um feriado judaico, com a visita de nacionalistas à Esplanada das Mesquitas, conhecida entre os judeus como "Monte do Templo".

Esta parte da cidade fica em Jerusalém Oriental, setor ocupado e anexado por Israel, fonte de tensões e, algumas vezes, confrontos violentos entre as forças israelenses e os palestinos

Um fotógrafo da AFP que cobria a visita de um deputado de extrema-direita à Esplanada foi detido por alguns minutos pelas forças israelenses.

Detenções 

Israel alega que seus ataques começaram de forma "preventiva" diante de possíveis represálias após a detenção de um líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia no início da semana. 

Neste domingo, o exército israelense anunciou a detenção de 20 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada. Outros 20 militantes da organização foram detidos no sábado.

O Hamas, movimento islamita que governa Gaza desde 2007, fez um alerta em um comunicado contra as "incursões" israelenses que poderiam levar a uma situação "fora de controle". 

O Hamas, que já travou diversas guerras contra Israel, permanece à margem do atual conflito.

A vida diária em Gaza foi paralisada e a única central de energia elétrica do território teve que interromper as atividades no sábado por falta de combustível, provocada pelo bloqueio das entradas no enclave por parte de Israel desde terça-feira.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou para o "grave risco" que do conflito representa para a "continuidade dos serviços básicos essenciais".

No sul e centro de Israel os civis foram obrigados a procurar abrigos antiaéreos. 

Ao menos duas pessoas foram hospitalizadas com ferimentos de estilhaços e 13 ficaram levemente feridas quando tentavam chegar a abrigos, informou o serviço de emergência Magen David Adom.

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