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Israel adota medidas de represália contra 'parentes de terroristas'

Entre as medidas citadas estão as possibilidades de privá-los da Previdência Social

Pessoas de luto em Israel Pessoas de luto em Israel  - Foto: Gil Cohen-Magen/AFP

As forças de segurança de Israel isolaram e fecharam neste domingo (29) a casa da família do palestino que matou sete pessoas na sexta-feira diante de uma sinagoga em Jerusalém Oriental, em uma das primeiras medidas de represália contra os "parentes de terroristas".

O gabinete de segurança de Israel havia anunciado no sábado que adotaria medidas contra "os parentes de terroristas que apoiam o terrorismo".

Entre as medidas citadas estão as possibilidades de privá-los da Previdência Social ou a retirada dos documentos de identidade israelenses. A segunda medida será examinada pelo conselho de ministros.

O governo também anunciou que a casa da família de Khayri Alqam, autor do atentado de sexta-feira em Neve Yaakov, "seria fechada de maneira imediata antes de ser destruída".

Um correspondente da AFP acompanhou o momento em que as forças israelenses fecharam hermeticamente as entradas da casa, enquanto os moradores eram obrigados a abandonar a residência.

A mãe de Alqam e outras quatro pessoas continuam detidas em uma delegacia, indicou a polícia, que prendeu 42 suspeitos após o ataque de sexta-feira.

Khayri Alqam, 21 anos, matou sete pessoas na sexta-feira diante de uma sinagoga em Jerusalém Oriental. Ele foi morto após uma breve perseguição policial.

No sábado, um adolescente palestino de 13 anos abriu fogo e feriu um homem de 47 anos e seu filho, de 23, antes de ser "ferido e neutralizado" em um bairro fora do muro que delimita a Cidade Antiga, em Jerusalém Oriental, informou a polícia.

Nenhum grupo palestino reivindicou a autoria dos dois ataques.

A espiral de violência começou na quinta-feira com uma operação israelense no território palestino ocupado da Cisjordânia, uma incursão que matou nove palestinos, incluindo uma idosa.

- Casa incendiada -
A demolição de casas de parentes de palestinos que mataram israelenses não é uma medida nova em Israel. O governo do Estado hebreu defende a medida por seu efeito dissuasório, mas os críticos a consideram uma punição coletiva desnecessária.

O diretor jurídico da ONG israelense HaMoked, Dani Shenhar, afirmou que a demolição anunciada da residência mostra "a vontade de vingança do governo contra os parentes".

É uma medida tomada "sem nenhum respeito pelo Estado de direito", acrescentou.

Além disso, as autoridades decidiram fechar e isolar a residência familiar do adolescente responsável pelo ataque de sábado em Jerusalém, no qual não houve vítimas mortais.

Três dos mortos no ataque de sexta foram sepultados na noite de sábado, constatou um correspondente da AFP.

Trata-se de Asher Natan, um adolescente de 14 anos, e do casal Eli e Natalie Mizrahi, que tentou socorrer as primeiras vítimas do atentado.

Após esses ataques, o governo israelense anunciou que as forças de segurança estão em alerta máximo e o Exército anunciou reforços na Cisjordânia.

- Armar os civis -
Na manhã de domingo, guardas israelenses mataram um palestino perto de um assentamento judeu na Cisjordânia ocupada, informou o ministério palestino da Saúde.

O Exército de Israel afirmou que o homem estava armado.

Uma casa e um veículo palestinos foram incendiados no vilarejo de Turmus Ayya, na Cisjordânia, um ataque atribuído pelos moradores aos colonos israelense, informação que não foi confirmada pelas Forças Armadas do Estado judeu.

Segundo a agência oficial palestina Wafa, colonos israelenses atiraram pedras contra 120 veículos e houve ataques contra 22 lojas em Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada.

O gabinete de segurança de Israel apresentou no sábado a proposta de facilitar o porte de armas dos civis.

"Nossa resposta será vigorosa, rápida e precisa", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que retornou ao poder em dezembro com um gabinete que inclui ministros de extrema direita e de partidos judeus ultraortodoxos.

A Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, considera Israel "plenamente responsável pela escalada perigosa".

De Washington a Moscou, passando por Paris, líderes internacionais apelam aos dois lados para que evitem uma "espiral de violência".

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou neste domingo ao Egito, primeira escala de uma rápida visita ao Oriente Médio, que incluirá visitas a Jerusalém e Ramallah.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu "máxima responsabilidade" a israelenses e palestinos.

Já o papa Francisco criticou o aumento da violência e recomendou às duas partes do conflito palestino-israelense que iniciem uma "busca sincera da paz".

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