guerra no oriente médio

Israel afirma que 90 terroristas foram mortos e 300 suspeitos interrogados no Hospital al-Shifa

Além da operação no hospital, balanço israelense sobre as últimas 24 horas de operações também relata ofensivas contra posições do Hamas no norte de Gaza

Palestinos deslocados fugindo da área próxima ao hospital al-Shifa chegam pela rodovia costeira ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de GazaPalestinos deslocados fugindo da área próxima ao hospital al-Shifa chegam pela rodovia costeira ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza - Foto: AFP

As Forças Armadas de Israel (FDI) afirmaram, nesta quarta-feira (20), que cerca de 90 terroristas foram mortos no âmbito da operação contra o hospital al-Shifa, iniciada na segunda-feira (20). Israel justifica a operação contra o maior hospital de Gaza afirmando que homens do Hamas se reagruparam no local. As Brigadas al-Qassam afirmaram que combatem as tropas israelenses na área.

Trezentos suspeitos de envolvimento com atividades terroristas foram interrogados e 160 foram transferidos para averiguação, ainda de acordo com os militares israelenses, que acrescentaram que armas foram localizadas dentro do hospital e que suas tropas "operaram evitando danos aos pacientes, funcionários e equipamentos".

Além da operação no hospital al-Shifa, o balanço israelense sobre as últimas 24 horas de operações também relata ofensivas contra posições do Hamas no norte de Gaza, em Jabalya e em Khan Younis. Somadas, as ações vitimaram cerca de 100 pessoas (o número é impreciso, pois o número de alvos em al-Shifa é aproximado). A conta é similar ao divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.

De acordo com a autoridade de saúde do grupo palestino, 104 pessoas morreram e 162 ficaram feridas nas últimas 24 horas. Pela contagem oficial palestina, 31.923 pessoas morreram e 74.096 ficaram feridas desde o início da guerra na Faixa de Gaza.

A situação no enclave palestino provoca cada vez mais preocupação na comunidade internacional, que tenta negociar algum tipo de alívio nas atividades militares para facilitar a entrega de insumos, sobretudo alimentos e água, em todas as regiões do território.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, embarcou para mais uma missão no Oriente Médio, nesta quarta-feira, em uma nova tentativa de mediar o acordo. Ele deve chegar à Arábia Saudita nesta quarta e no Egito na quinta. A influência americana nas tratativas, no entanto, não foi decisiva até o momento e vive certo desgaste.

Em uma ida ao Knesset na terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu reafirmou a necessidade de invadir a cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, apesar de ter sido alertado por Joe Biden, em um telefonema no dia anterior, de que o movimento seria um erro.

"Deixei o mais claro possível ao presidente [dos EUA] que estamos determinados a completar a eliminação destes batalhões em Rafah, e não há forma de o fazer sem uma incursão terrestre" disse Netanyahu aos legisladores.

Embora equipes técnicas de Israel continuem no Catar para avançar com as negociações, após o Hamas moderar suas exigências e aceitar um cessar-fogo temporário, em vez de um definitivo, o tom entre representantes palestinos é crítico com relação ao avanço das hostilidades.

Ontem, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de boicotar as negociações, depois que o Exército israelense informou ter eliminado dezenas de combatentes em al-Shifa.

"O ataque deliberado contra policiais e funcionários governamentais em Gaza ilustra os esforços [israelenses] de semear o caos e perpetuar a violência. [Também] revela o empenho dos dirigentes da ocupação [israelense] em sabotar as negociações atuais em Doha", afirmou Haniyeh em nota. "As ações das forças de ocupação sionista no complexo médico de al-Shifa confirmam sua intenção de dificultar a recuperação da vida em Gaza e desmantelar aspectos essenciais para a existência humana".

Um relatório da ONU, publicano na segunda-feira, aponta que cerca de 300 mil pessoas que vivem no norte de Gaza correm o risco de entrar na definição técnica de fome, o mais tardar em maio, se a situação não mudar. No mesmo relatório, as agências da ONU alertaram que metade da população de Gaza se encontra numa situação alimentar “catastrófica”.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volter Turk, alertou que as restrições à entrada de ajuda em Gaza "podem equivaler a usar a fome como método de guerra, o que constitui um crime de guerra".

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