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Gaza

Israel apresenta local de fabricação de armas do Hamas em Gaza

Os prédios em Bureij, indicados aos jornalistas pelo Exército, deveriam abrigar uma fábrica de cimento

Bombardeio na Faixa de GazaBombardeio na Faixa de Gaza - Foto: AFP

O Exército israelense anunciou, nesta segunda-feira (8), no centro da Faixa de Gaza, um complexo de túneis e escritórios que descreveu como "a maior instalação de fabricação de armas" do grupo islâmico Hamas descoberta "desde o início da guerra" .

Os prédios em Bureij, indicados aos jornalistas pelo Exército, deveriam abrigar uma fábrica de cimento ou outros produtos industriais, indicou o general Daniel Hagari, porta-voz militar israelense.

Mas, na realidade, foram usados para fabricar armas, especialmente mísseis e foguetes que foram armazenados em depósitos específicos com sensores especiais, acrescentou.

O local está localizado na estrada Salaheddine, uma importante ligação norte-sul de Gaza "por onde a ajuda humanitária é transportada de Rafah", na fronteira com o Egito, "para a cidade de Gaza", disse Hagari.

Ele explicou que essa localização não é casual: o movimento islâmico palestino estava concentrado em que Israel não atacaria esse eixo. A porta-voz mostrou aos jornalistas que foram lançados foguetes capazes de atingir 100 km, o dobro da distância entre o local e Tel Aviv.

Ele disse que as armas eram fabricadas com materiais e produtos como fertilizantes, destinados ao uso civil.

Dezenas de milhares de pessoas viviam em Bureij antes da guerra, mas durante a visita dos jornalistas, o local a 10 km de Gaza parecia estar deserto.

O Exército israelense anunciou em 6 de janeiro ter “concluído o desmantelamento da estrutura militar do Hamas no norte da Faixa de Gaza” e que “agora está se concentrando no centro e sul” do território.

Ao redor da indústria local, as escavadeiras operavam em uma paisagem desolada entre edifícios muito danificados, observou um fotógrafo da AFP.

Israel lançou uma campanha intensiva de bombardeio e invasão terrestre na Faixa de Gaza em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro contra seu território, que deixou 1.140 mortos, na maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em dados israelenses.

Mais de 23 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram em retaliação israelense, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Após três meses de guerra, o território com 2,4 milhões de habitantes tornou-se “inabitável”, segundo a ONU.

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