Logo Folha de Pernambuco

Guerra

Israel atacou QG de Nasrallah no Líbano enquanto Netanyahu estava nos EUA para discursar na ONU

Segundo o jornal israelense Haaretz, fontes do gabinete disseram que Netanyahu tentou adiar a aprovação do assassinato de Nasrallah para depois de viagem aos EUA

Netanyahu durante discurso na Assembleia Geral da ONU Netanyahu durante discurso na Assembleia Geral da ONU  - Foto: Bryan R. SMITH/AFP

O ataque de Israel ao quartel-general do Hezbollah ao sul de Beirute que matou o líder máximo do movimento xiita, Hassan Nasrallah, nesta sexta-feira aconteceu logo após o premier Benjamin Netanyahu fazer um discurso na Assembleia Geral da ONU.

Sob protestos no plenário, o primeiro-ministro declarou que seu país tem "o direito" de "acabar" com o Hezbollah:

— Enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra, Israel não tem escolha, e Israel tem o direito de acabar com esta ameaça e devolver os seus cidadãos às suas casas em segurança — disse Netanyahu , acrescentando que as operações continuarão "até que todos os nossos objetivos sejam alcançados".

O jornal israelense Haaretz publicou neste sábado reportagem em que diz que Netanyahu tentou adiar a decisão sobre o assassinato de Nasrallah para depois que voltasse a Israel de sua viagem aos Estados Unidos.

Fontes do governo afirmaram ao periódico, no entanto, que a autorização foi dada assim que o primeiro-ministro pousou nos Estados Unidos.

No discurso à ONU, Netanyahu justificou as ações militares israelenses como uma resposta justa ao atentado sofrido em 7 de outubro e relacionou toda a crise de segurança no Oriente Médio a Teerã, pedindo ajuda da comunidade internacional para conter seus avanços.

— Pela primeira vez, o Irã atacou diretamente Israel a partir do seu próprio território, disparando 300 drones, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos contra nós. Eu tenho uma mensagem para os tiranos em Teerã: Se vocês nos atacarem, nós vamos atacar vocês. Não há um lugar no Irã que Israel não possa atingir, e isso vale para todo o Oriente Médio — afirmou Netanyahu às delegações reunidas em Nova York, após citar outras ações de grupos ligados ao regime iraniano, como o Hezbollah e os houthis, pelo "Eixo da Resistência".

Antes do discurso, as Forças Armadas de Israel (FDI) já haviam bombardeado alvos no Líbano e na Síria. O Ministério da Saúde libanês afirmou que cerca de 700 pessoas morreram em decorrência dos ataques desde segunda-feira, 25 apenas nos ataques desta sexta.

O Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estimou nesta sexta que 30 mil pessoas fugiram para a Síria nas últimas 72 horas.

Depois do discurso, o Exército israelense bombardeou prédios residenciais na região sul de Beirute, afirmando que o quartel-general da organização estava em seu subterrâneo e que a ação tinha como alvo o líder máximo do movimento xiita, Hassan Nasrallah.

Horas depois, Israel ainda voltou a atacar a região para atingir o que descreveu como depósitos de armas sob construções civis, o que o grupo xiita negou ser verdade.

Os novos ataques também foram direcionados à área de Tiro, no sul do país, onde Israel diz ter matado o comandante da unidade de mísseis do Hezbollah na região, seu adjunto e outros chefes do movimento armado próximo do Irã.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter