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Gaza

Israel envia negociadores a Doha e Hamas sugere trégua condicional em Gaza

Esses anúncios ocorrem após a morte do líder do Hamas

Premier de Israel, Benjamin NetanyahuPremier de Israel, Benjamin Netanyahu - Foto: Roberto Schimidt/AFP

O Hamas informou a mediadores egípcios que está disposto a deter os combates na Faixa de Gaza se Israel se comprometer com um cessar-fogo, indicou à AFP, nesta quinta-feira (24), um dirigente do movimento islamista palestino.

Uma delegação do Hamas informou a funcionários egípcios no Cairo "sua disposição em deter os combates, mas Israel deve se comprometer com um cessar-fogo, se retirar da Faixa de Gaza, permitir o retorno dos deslocados, aceitar um acordo sério de troca de prisioneiros e permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza", detalhou a fonte.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a vontade do Egito de "avançar" em um acordo sobre Gaza após conversas no Cairo entre autoridades egípcias e uma delegação do Hamas.

Netanyahu “acolheu com satisfação a disposição do Egito em avançar com um acordo para a libertação dos reféns" retidos no território palestino, informou seu gabinete em um comunicado.

Esses anúncios ocorrem após a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, assassinado por Israel em 16 de outubro no sul de Gaza.

Israel está sob pressão para encerrar sua guerra contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, dois movimentos apoiados pelo Irã, e anunciou que o chefe do Mossad irá ao Catar no domingo para negociar a libertação dos reféns.

Desde o início do mês, Israel intensificou suas operações em Gaza, especialmente com uma nova ofensiva no norte do enclave, lançada em 6 de outubro.

"Há mais de 770 mortos desde o início da operação militar e ainda há vítimas sob os escombros e nas ruas", disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal.

O território palestino, governado pelo movimento islamista Hamas desde 2007, é palco de uma guerra com Israel que já deixou 42.847 mortos, na sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

O conflito eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamistas mataram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 251, no sul de Israel, segundo um levantamento baseado em dados oficiais israelenses que inclui os reféns mortos em cativeiro em Gaza.

Dos 251 reféns, 97 permanecem cativos, embora 34 deles tenham sido declarados mortos pelo Exército. Em novembro de 2023, uma trégua de uma semana permitiu a liberação de 105 reféns em troca de 240 palestinos aprisionados em Israel.

A morte de Sinwar, em uma operação israelense em Rafah, no sul de Gaza, reacendeu a esperança de que as conversas para um cessar-fogo fossem retomadas.

Os mediadores Catar, Estados Unidos e Egito reataram "o contato" com o Hamas após a morte de Sinwar, indicou o primeiro-ministro catari, Mohammed bin Abdelrahmane Al Thani.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, afirmou que Washington está considerando "diferentes opções" para pôr fim à guerra em Gaza.

O Departamento de Estado anunciou também que Blinken se reunirá na sexta-feira em Londres com o premiê libanês, Najib Mikati, para discutir a ofensiva israelense contra o Hezbollah no país.

Ainda nesta quinta, a principal associação de familiares de reféns cativos em Gaza pediu ao primeiro-ministro israelense que chegue a um acordo com o Hamas para libertar os sequestrados.


Bombardeios no Líbano
Bombardeios israelenses mataram, nesta quinta-feira, 12 pessoas, entre elas três crianças, em dois vilarejos do leste do Líbano, informou o Ministério da Saúde libanês.

"O ataque do inimigo israelense contra Al-Khodr, na região de Baalbek-Hermel, matou sete pessoas, incluídas três crianças", assinalou o ministério, acrescentando que cinco pessoas morreram em outro bombardeio na mesma área.

O subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, foi bombardeado na noite desta quinta, segundo imagens da AFPTV, após um chamado de evacuação emitido pelo Exército israelense.

"A força aérea israelense bombardeou um setor de Choueifat", detalhou a agência nacional de notícias libanesa NNA (na sigla em inglês).

Imagens da AFPTV mostraram colunas de fumaça subindo no local, enquanto jornalistas da AFP ouviram duas fortes explosões.

"A aviação militar inimiga realizou dois bombardeios no setor de Haret Hreik", no subúrbio sul, indicou a NNA.

Cinco soldados israelenses morreram em combate no sul do Líbano, disse nesta quinta o Exército israelense.

Desde o início da ofensiva terrestre, em 30 de setembro, 27 soldados israelenses perderam a vida no Líbano, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP.

Israel intensificou os bombardeios contra posições do Hezbollah no Líbano em 23 de setembro e, uma semana depois, iniciou uma ofensiva terrestre no sul do país.

O objetivo declarado dessas operações é permitir o retorno de 60.000 habitantes do norte de Israel forçados a partir pelos constantes disparos de foguetes do sul do Líbano no último ano.

Segundo um levantamento baseado em dados oficiais, ao menos 1.552 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro. E a ONU já contabiliza quase 800.000 deslocados no país.

Embora esteja enfraquecido, o Hezbollah continua lançando foguetes contra o norte de Israel. O grupo xiita anunciou ter feito disparos contra uma base militar perto de Haifa e contra a cidade de Safed.

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