Israel está "comprometido com soberania" da Ucrânia, diz seu chanceler em Kiev
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Israel tenta permanecer neutro no conflito
O chefe da diplomacia israelense, Eli Cohen, disse nesta quinta-feira (16), em Kiev, que seu país está "comprometido com a soberania" da Ucrânia, na primeira visita de um ministro israelense desde o início da invasão russa, há um ano.
"Israel é totalmente solidário com os ucranianos e continua comprometido com a soberania e a integridade territorial", declarou Cohen, em entrevista coletiva com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba.
Leia também
• "Nós sabíamos", diz chefe da Otan sobre o início da ofensiva russa na Ucrânia
• Noruega aprova pacote de ajuda de US$ 7,4 bi para Ucrânia
• Um ano após início da guerra na Ucrânia, ameaça nuclear ainda é um risco?
"Israel se opõe fortemente ao assassinato de civis inocentes", acrescentou Cohen, após visitar a cidade de Bucha, símbolo das atrocidades atribuídas à Rússia.
"Não podemos ficar indiferentes a estas imagens difíceis e às histórias de atrocidades que ouvi aqui", afirmou pouco antes no Twitter.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Israel tenta permanecer neutro no conflito, em particular devido à presença do Exército russo na Síria.
Israel, que reivindica um vínculo especial com Rússia, com mais de um milhão de cidadãos procedentes da ex-União Soviética, não forneceu armas à Ucrânia, apesar dos pedidos reiterados de Zelensky.
Cohen não fez nenhum anúncio nesta segunda-feira sobre o assunto.
"Ajudaremos a desenvolver um sistema de alerta precoce inteligente para a Ucrânia", limitou-se a dizer, sem dar mais detalhes sobre este projeto.
No início de fevereiro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país considerava a possibilidade de fornecer ajuda militar à Ucrânia, ao mesmo tempo em que se oferecia para atuar como mediador do conflito.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia reagiu, declarando que "todos os países que entregam armas devem entender que consideraremos (essas armas) alvos legítimos das Forças Armadas russas".
Nesta quinta-feira, Cohen também visitou o memorial de Babi Yar em Kiev, local que contém os restos mortais de cerca de 34 mil judeus massacrados em 1941, quando a cidade estava sob ocupação nazista.