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Israel intensifica ofensiva no sul de Gaza apesar das advertências dos EUA

Bombardeios foram registrados em Jabaliya e Gaza, no norte, e em Khan Yunis, no extremo sul

Menino palestino coleta madeira perto de cemitério danificado por bombardeios em Rafah, no sul de Gaza Menino palestino coleta madeira perto de cemitério danificado por bombardeios em Rafah, no sul de Gaza  - Foto: Mohammed Abed/AFP

O Exército de Israel anunciou, neste domingo, véspera de Natal, que intensificou suas operações no sul da Faixa de Gaza, apesar dos apelos dos Estados Unidos pela proteção de civis palestinos. Bombardeios foram registrados em Jabaliya e Gaza, no norte, e em Khan Yunis, no extremo sul, segundo informações do grupo terrorista Hamas.

De acordo com o porta-voz militar Jonathan Conricus, o foco da operação militar está se voltando para o sul do enclave palestino, em um sinal de que as forças israelenses parecem se aproximar do nível desejável de controle sobre o norte, principalmente a Cidade de Gaza, palco de alguns dos principais confrontos desta semana.

O principal alvo no momento é a cidade de Khan Younis, classificada pelo militar como "reduto do Hamas". O local, contudo, é para onde centenas de milhares de palestinos se deslocaram, com a invasão por terra no norte do território.

Em um telefonema, o presidente dos EUA, Joe Biden, instou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a “proteger os civis”. Após a ligação, neste domingo, chegou a circular a notícia de que o líder americano teria convencido o premier a não expandir a ação militar, o que foi negado pelo próprio Netanyahu pouco depois.

— Eu vi falsas publicações alegando que os EUA nos impediram e estão nos impedindo de realizar operações na região — disse Bibi, citado pela Reuters. — Isso não é verdade. Israel é um Estado soberano. Nossas decisões na guerra são baseadas em nossas considerações operacionais.

Segundo um novo balanço, o Exército israelense anunciou que nove soldados morreram no sábado em combates em Gaza, elevando para 152 o número de militares mortos no conflito

No centro de Gaza, equipas de resgate tentavam retirar pessoas de um edifício destruído em Deir al Balah.

— Eu estava rezando quando houve uma grande explosão. Os escombros caíram em cima de nós. Eu não sabia o que tinha acontecido — lembrou Yazan Moqbel, um homem ferido cuja irmã ainda estava sob os escombros.

Israel nega atacar diretamente civis e garante que a guerra contra o Hamas é fundamental para que um massacre como o ocorrido em 7 de outubro não volte a ocorrer. Cerca de 80% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelos combates, segundo a ONU.

A situação neste território, completamente sitiado por Israel desde 9 de Outubro, é catastrófica. A maioria dos hospitais está fora de serviço e a população enfrenta elevados níveis de insegurança alimentar, segundo a ONU. (Com AFP)

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