Guerra

Israel intercepta míssil de cruzeiro no sul do país na véspera de cessar-fogo temporário com Hamas

Fontes afirmam que acordo deverá incluir também uma pausa nos ataques na fronteira norte do Estado judeu com o Líbano, onde crescem as hostilidades com o grupo extremista Hezbollah

Ataques israelenses em Gaza nesta quarta-feira, véspera do acordo de cessar-fogo temporário Ataques israelenses em Gaza nesta quarta-feira, véspera do acordo de cessar-fogo temporário  - Foto: John MacDougall/AFP

As Forças Armadas de Israel afirmaram ter interceptado um míssil de cruzeiro no sul do país às vésperas do início do acordo de cessar-fogo temporário com o Hamas, grupo fundamentalista islâmico que controla a Faixa de Gaza. Fontes do Hezbollah, aliado da facção palestina, disseram ao canal de TV al-Jazeera que também interromperiam os combates durante a pausa de quatro dias — prevista para começar às 5h desta quinta-feira (10h no horário de Brasília). No entanto, o cenário nesta quarta-feira que antecede o cessar-fogo indica que as hostilidades estão longe do fim.

Em uma postagem no Telegram, as forças israelenses disseram que o incidente com o míssil de cruzeiro ocorreu na cidade portuária de Eilat, no sul do país — que já foi alvo de ataques vindos de Gaza e do Iêmen, onde atuam os rebeldes Houthi.

"Após o relatório sobre a infiltração de uma aeronave hostil na área da cidade de Eilat, um caça da IAF [Força Aérea de Israel] interceptou com sucesso um míssil de cruzeiro que foi lançado em direção a Israel. Não foi identificada nenhuma infiltração em território israelense", disseram na postagem.

Diferente dos milhares de foguetes lançados pelo Hamas e pelo Hezbollah desde o início da guerra, o míssil de cruzeiro interceptado nesta quarta-feira é muito mais avançado e poderoso — com capacidade de transportar uma grande ogiva por longas distâncias e atingir alvos em terra ou no mar com alta precisão.

Além da região, sirenes de alerta de ataques aéreos também foram acionadas em várias partes de Israel, especialmente em comunidades próximas à fronteira com a Faixa de Gaza e com o Líbano.

O fator Hezbollah
Em entrevista à al-Jazeera sob condição de anonimato, uma fonte do Hezbollah afirmou que, embora o grupo não tenha feito parte das negociações de cessar-fogo temporário, também iria aderir à trégua acordada entre o Hamas e Israel na terça-feira. Segundo a fonte, a organização libanesa alertou que responderá caso Israel viole a iniciativa e volte a atacar Gaza ou o sul do Líbano.

Em meio às negociações, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, reuniu-se nesta quarta com o vice-chefe do Gabinete político do Hamas, Khalil al-Hayyah, e com o representante do Hamas no Líbano, Osama Hamdan.

Desde o início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro, o grupo extremista libanês Hezbollah abriu uma nova frente do conflito na fronteira entre o sul do Líbano e o norte de Israel em apoio ao Hamas. Os confrontos na região já mataram cerca de 70 combatentes do Hezbollah e 10 israelenses.

De acordo com uma reportagem do jornal Nidaa al-Watan, o Exército libanês negocia paralelamente com o Hezbollah para cessar as hostilidades com Israel no território do país. Um dos principais motivos apontados pelas autoridades libanesas, segundo a publicação, seria garantir o trabalho dos agricultores que vivem no sul do país.

Enquanto a uma paz negociada não acontece, nesta quarta-feira as Forças Armadas de Israel declaram ter atingido alvos do Hezbollah dentro do território libanês, entre eles infraestruturas militares (Com agências internacionais).

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