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FAIXA DE GAZA

Israel nega morte de bebê Bibas e seu irmão em bombardeio e acusa Hamas de matar os dois brutalmente

Porta-voz do Exército afirmou que meninos, de 10 meses e quatro anos, foram mortos 'a mãos nuas'

Shiri Bibas, 32 anos, e o filho bebêShiri Bibas, 32 anos, e o filho bebê - Foto: Redes sociais/Reprodução

O Exército de Israel afirmou nesta sexta-feira (21) que os irmãos Kfir Bibas, de 10 meses, e Ariel Bibas, de quatro anos, foram mortos brutalmente "a mãos nuas" pelo grupo terrorista Hamas, em novembro de 2023, contrariando a versão oficial do grupo palestino de que os meninos teriam morrido durante um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.

Em um pronunciamento em vídeo, o porta-voz militar Daniel Hagari disse que os irmãos teriam sido mortos à sangue frio, e que houve uma tentativa de encobrir a execução.

— Os terroristas não atiraram nos dois meninos. Eles os mataram com as próprias mãos. Depois, eles cometeram atos horríveis para encobrir essas atrocidades — afirmou Hagari, que chamou a versão do Hamas sobre o ataque aéreo de "mentiras".

— Esta avaliação é baseada em descobertas forenses e [informações de] inteligência que apoiam essas conclusões. Compartilhamos essa inteligência e as descobertas forenses com nossos parceiros ao redor do mundo para que eles possam verificá-las.

Os restos mortais de Kfir e Ariel foram enviados a Israel na quinta-feira, como parte do acordo de troca de reféns por prisioneiros obtido com ajuda de mediadores estrangeiros. Eles foram submetidos a perícia no Instituto Nacional de Medicina Forense israelense, em Tel Aviv, onde suas identidades e a do idoso Oded Lifshitz foram confirmadas.

Um quarto corpo, que foi enviado como sendo da mãe dos meninos, Shiri Bibas, não foi identificado durante a perícia — e o Hamas admitiu que pode ter ocorrido um erro.

Oficialmente, o grupo palestino alega que os integrantes da família Bibas — a exceção do pai, Yarden, que foi devolvido com vida no último fim de semana — morreram durante um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, em novembro de 2023 (mesmo período apontado pela perícia israelense), um mês após o atentado.

O Hamas posicionou réplicas de explosivos de fabricação americana no palco em que se passou uma coreografada cerimônia de entrega dos caixões à equipe da Cruz Vermelha que ficou responsável pelo trânsito dos corpos até forças israelenses. O evento público foi condenado por países estrangeiros e por organizações internacionais, que consideraram a cena como uma violação de direitos básicos.

Ao fundo do palco, um banner culpava Israel e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, retratado como um vampiro, pelas mortes dos reféns expostos nos caixões (que estavam fechados, com fotos de identificação afixadas): "O criminoso de guerra Netanyahu e seu Exército nazista mataram-nos com mísseis disparados de aviões sionistas".


O caso da família Bibas causou consternação ao redor do mundo por ter envolvido uma família inteira, incluindo uma criança e um bebê. O casal Yarden e Shiri foi sequestrado pelo Hamas durante a invasão do kibbutz Nir Oz, uma das comunidades do sul de Israel atacadas durante o atentado terrorista de 7 de outubro. As imagens de Shiri com os dois filhos, sendo tirada de casa com um dos filhos no colo rodaram o mundo. Kfir era o refém mais novo do Hamas, com 9 meses quando foi retirado de seu berço.

— O mundo inteiro deve saber exatamente como a organização terrorista Hamas opera. Ariel e Kfir foram assassinados, e então ontem, seus corpos foram devolvidos em uma cerimônia cínica e cruel em Gaza. Shiri Bibas, que deveria ser devolvida com seus filhos para Israel como parte do acordo, não foi devolvida pelo Hamas. O Hamas mentiu e violou o acordo — completou Hagari. 

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