Israel publica milhares de documentos do julgamento do nazista Eichmann
Os documentos foram digitalizados e formatados para reconhecimento óptico de caracteres
Israel abriu o acesso ao público a centenas de milhares de documentos dos arquivos do julgamento de Adolf Eichmann, um dos organizadores do extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O Arquivo Nacional de Israel fez o anúncio nesta segunda-feira (27), no 80º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Mais de "380.000 páginas de depoimentos comoventes, registros de audiências e correspondências" foram disponibilizadas on-line para acesso direto por ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto, anunciou o Arquivo de Israel.
Trata-se de "uma das coleções mais interessantes (...), reunida durante os preparativos para o julgamento de Adolf Eichmann em 1961, que inclui arquivos judiciais e correspondência entre o promotor e o primeiro-ministro, David Ben Gurion", disse a instituição.
Os documentos foram digitalizados e formatados para reconhecimento óptico de caracteres (OCR), o que permite pesquisas usando palavras-chave, nomes, lugares, eventos e datas, de acordo com um comunicado à imprensa do gabinete do primeiro-ministro, que supervisiona os arquivos.
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Em 11 de maio de 1960, o criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann, que havia se refugiado na Argentina sob uma identidade falsa, foi sequestrado por um comando do serviço secreto israelense após uma perseguição que durou vários anos.
Dez dias depois, ele foi levado clandestinamente para Israel por agentes do Mossad.
Eichmann, o principal responsável pela implementação da "Solução Final" — o plano de exterminar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial — foi julgado e enforcado em 1962, aos 56 anos.