GUERRA

Suécia aponta possível papel do Irã em ataque contra embaixada de Israel

Ataques contra representações diplomáticas israelenses foram registradas em países nórdicos nos últimos dias

Projéteis sendo interceptados por Israel sobre Tel Aviv em 1º de outubro de 2024Projéteis sendo interceptados por Israel sobre Tel Aviv em 1º de outubro de 2024 - Foto: Jack Guez / AFP

O serviço de inteligência da Suécia apontou nesta quinta-feira uma possível relação do Irã com uma série de ataques a representações diplomáticas de Israel nos países nórdicos registradas nos últimos dias. A polícia sueca abriu uma investigação após tiros serem disparados contra a embaixada do Estado judeu em Estocolmo na terça-feira, enquanto outros incidentes foram registrados na Dinamarca e em outras partes da Europa — indicando um crescimento do antissemitismo em meio a crise no Oriente Médio.

— Há algumas coisas que podem apontar nessa direção [envolvimento do Irã]. Em parte devido à escolha de alvos e modus operandi, mas isso é uma suposição e não conhecimento puro — disse Fredrik Hallstrom, chefe de operações da agência de inteligência Sapo, em uma entrevista coletiva após ser questionado sobre relatos de ligações iranianas aos ataques.

O ataque na capital sueca aconteceu no começo da noite de terça-feira. A polícia local foi mobilizada para atender a um chamado sobre disparos de arma de fogo contra a embaixada israelense. Autoridades confirmaram que o edifício foi alvejado, mas nenhuma pessoa ficou ferida.

— Fizemos descobertas que indicam disparos na embaixada de Israel, mas não queremos revelar exatamente quais descobertas foram feitas, pois há uma investigação em andamento — disse Rebecca Landberg, assessora de imprensa da polícia de Estocolmo, ao confirmar o incidente na terça.

Horas antes do ataque em Estocolmo, três cidadãos suecos foram presos em Copenhague, capital da Dinamarca, por um incidente envolvendo a detonação de granadas perto da principal representação diplomática de Israel no país. Os indivíduos do sexo masculino, entre 15 e 20 anos, foram presos por suposta relação com a detonação de duas granadas a 100 metros da embaixada.

Inicialmente, a polícia dinamarquesa afirmou que investigaria uma possível vinculação entre os dois casos, bem como a hipótese de uma participação do Irã, mas evitou conclusões imediatas.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, vários incidentes aparentemente visando alvos israelenses foram registrados na Suécia. Em fevereiro, a polícia encontrou uma granada no terreno do complexo da embaixada do Estado judeu, o que o embaixador disse ser uma tentativa de ataque.

Em meados de maio, tiros foram disparados do lado de fora da embaixada israelense, o que levou o país a aumentar as medidas de segurança em torno dos interesses israelenses e das instituições da comunidade judaica.

Os incidentes nos países nórdicos ocorreram enquanto as tensões no Oriente Médio estavam aumentando, com o Irã disparando uma salva de mísseis em território israelense e Israel prometendo fazer o Irã "pagar" pelo ataque.

Aumento do antissemitismo
Os ataques nos países nórdicos não são o único motivo de preocupação envolvendo a hostilidade contra o Estado judeu. Um relatório da associação judaica Community Security Trust publicado na quarta-feira apontou que os atos antissemitas triplicaram no Reino Unido durante o último ano, com mais de 5 mil incidentes registrados desde o ataque do Hamas. Os casos teriam sido registrados em escolas e locais de culto da comunidade judaica em território britânico.

"À medida que o conflito se intensifica, o ódio antissemita aumenta no Reino Unido. É o número mais alto já registrado em um período de doze meses", afirmou a CST em uma publicação na rede social X.

Pouco mais de 25% desses atos foram registrados no mês seguinte ao ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, quando combatentes do Hamas mataram 1,2 mil pessoas, em sua maioria civis.

Islamofobia em alta
O número de atos de ódio contra os muçulmanos também disparou no Reino Unido desde o ataque, destacou a organização antirracista Tell MAMA em fevereiro de 2024.

Segundo a organização, o número de denúncias de ameaças, ataques ou discursos de ódio aumentou 335% entre o ataque do Hamas e 7 de fevereiro de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando um número recorde de 2 mil incidentes em quatro meses.

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