Israel toma medidas para evitar celebrações por libertação de palestinos como acordo de trégua
Prisioneiros palestinos devem ser libertados na primeira fase da troca, que durará 42 dias a partir de domingo
As autoridades israelenses tomaram medidas para "evitar quaisquer demonstrações públicas de alegria" se os palestinos presos em Israel forem libertados como parte de um acordo de trégua com o Hamas para permitir a libertação de reféns mantidos em cativeiro em Gaza, disseram autoridades nesta sexta-feira.
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"O serviço penitenciário israelense está se preparando [...] para a libertação dos detidos palestinos nos termos do acordo, que recebeu sinal verde do Gabinete de Segurança israelense à tarde", disse a Autoridade Penitenciária em um comunicado.
Os prisioneiros que devem ser libertados na primeira fase da troca, que durará 42 dias a partir de domingo, serão reunidos antes de sua libertação na prisão de Ofer, na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, e no centro de detenção de Shikma, em Ascalon, no sul de Israel, disse o comunicado.
O general Kobi Yakobi, chefe do serviço penitenciário, "emitiu instruções para impedir qualquer demonstração pública de alegria" em Ascalon e em outras áreas de Israel.
Além disso, Yakobi estipulou que a transferência dos prisioneiros libertados da prisão de Shikma não fosse realizada por ônibus da Cruz Vermelha, mas por "unidades especiais", acrescentou a autoridade prisional.
O acordo, alcançado após a mediação do Catar com a ajuda dos EUA e do Egito, prevê, em uma primeira fase de seis semanas, a libertação de 33 reféns mantidos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, em troca de centenas de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Após a reunião do Gabinete de Segurança, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, criticou o fato de que, de acordo com os termos do acordo, os palestinos "condenados à prisão perpétua" por matar israelenses seriam libertados.
Ben-Gvir, um político de ultradireita do partido Poder Judaico, é um ferrenho oponente do acordo e, embora seja um parceiro minoritário no Executivo, é um membro importante da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.