Israel prossegue com jogadas na Faixa de Gaza
Escola bombardeada por Israel, foi a quinta atingida em oito dias na Faixa de Gaza
Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (15) e prossegue com a ofensiva militar contra o movimento islâmico palestino Hamas, depois de ataques contra um campo de deslocados e uma escola que deixou mais de 100 mortos nos últimos dias.
O Hamas, que governa Gaza desde 2007, anunciou os "massacres" cometidos por Israel contra "civis desarmados" em Gaza e anunciou no domingo sua retirada das negociações indiretas para alcançar um cessar-fogo.
Testemunhas e equipes de emergência relataram nesta segunda-feira ataques de assalto em vários bairros da Cidade de Gaza, no norte do território palestino cercado.
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Um caminhão também atingiu o campo de Al Maghazi, no centro, e deixou cinco mortos, incluindo três crianças, segundo o Crescente Vermelho palestino.
Em Nuseirat, na mesma área, testemunhas também citaram disparos de artilharia.
Ao menos 15 pessoas residem no domingo em uma escola administrada pela Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) nesta localidade, um centro de ensino que abrigava "milhares de deslocados", segundo a Defesa Civil.
Esta foi a quinta escola bombardeada em oito dias na Faixa de Gaza.
Israel afirma que o Hamas e outros grupos utilizam escolas, hospitais e outras infraestruturas públicas com objetivos militares.
O grupo islâmico, classificado como organização "terrorista" por Israel, Estados Unidos e União Europeia, nega as acusações.
No sul do território, testemunhas relataram disparos procedentes de helicópteros nas immediações de Khan Yunis e Rafah.
Negociações pausadas
O Exército anunciou que eliminaria "uma célula terrorista armada com lança-foguetes" durante os combates em Rafah. "Muitos terroristas" também foram eliminados no centro do território, acrescentou.
As tropas israelenses mataram 92 palestinos no sábado no campo de deslocados de Al Mawasi, perto de Khan Yunis, no sul de Gaza, segundo o Hamas. Há alguns meses, Israel havia definido o setor como uma "zona humanitária", onde os deslocados poderiam encontrar refúgio.
Israel afirmou que o ataque teve como alvos dois dirigentes do Hamas: Mohamed Deif, comandante militar do grupo, e Rafa Salama, comandante do grupo em Khan Yunis. Ambos foram apresentados como "dois cérebros do massacre de 7 de outubro" que desencadeou a guerra.
O Exército anunciou que Salama morreu no caminhão. Deif está vivo, segundo uma fonte do Hamas.
A guerra começou quando comandos islâmicos mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.
O Exército de Israel calcula que 116 pessoas permanecerão em cativeiro em Gaza, 42 das quais seriam mortas.
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma ofensiva que já matou 38.584 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.
Após meses de negociações infrutíferas, o grupo islâmico anunciou no domingo que abandonou as conversas de trégua, anunciadas por Catar, Egito e Estados Unidos.
O movimento, no entanto, "está disposto a retomar as negociações" quando Israel "demonstrará seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo" e para a libertação dos reféns em Gaza em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, informou uma fonte do Hamas.