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TURISMO

Itália implementa restrições para lidar com alto número de turistas

País espera grande número de visitantes até o fim do mês, que também conta com famoso feriado nacional que deslocará ao menos 13 milhões de italianos pela região

Turistas fazem selfie em canal de Veneza Turistas fazem selfie em canal de Veneza  - Foto: Marco Bertorello/AFP

Em pleno verão europeu, a Itália espera por um grande número de visitantes. São, segundo o Ministério do Turismo, ao menos 13 milhões de italianos percorrendo o país desde esta quinta-feira, data em que se comemora o Ferragosto, antigo feriado instituído pelo fundador do Império Romano, Augusto, para dar uma pausa aos trabalhadores.

A junção disso com os milhões de turistas estrangeiros que visitam a região fez com que muitos lugares passassem tentar se preparar para o caos — e a implementar novas regras. Segundo a CNN, desde a ilha da Sardenha até o salto da bota da Itália, Puglia, o acesso a muitas das praias populares só será concedido mediante reserva em aplicativo.

 

O esforço é uma tentativa de controlar as multidões. Somado a isso, plásticos, tabaco e, em alguns casos, até mesmo toalhas e cadeiras de praia foram banidos da areia nos próximos dias, segundo a imprensa italiana. Algumas das praias da Sardenha, por exemplo, chegaram a proibir o uso de pedras para ancorar guarda-sóis.

Já as comunidades de Santa Teresa di Gallura e Sant'Antioco dizem que quem não cumprir estas regras será multado em 500 euros (R$ 3 mil). Ainda na Sardenha, o prefeito de Olbia, no nordeste da ilha, proibiu o nado noturno — uma tentativa de reduzir as festas que duram a noite toda. Na região, o prazo final para desligar a música é às 5 da manhã.

Na capital, Roma, e em Florença e Veneza, semáforos temporários foram instalados como medida de controle de multidões em áreas de alto tráfico de pedestres para impedir que as pessoas bloqueiem o fluxo ao parar para tirar selfies. Na Costa Amalfitana, a quantidade de veículos nas estradas será regulada. Placas com números pares e ímpares deverão entrar em ruas específicas durante horários de pico do dia.

Outro destino popular, a ilha de Capri agora cobra o dobro de sua taxa usual de desembarque durante o feriado. Alguns destinos em Trentino, no norte da Itália, têm usado equipamentos para monitorar o fluxo de pedestres. Governos locais indicaram que fecharão trilhas lotadas.

O setor de turismo de cruzeiro italiano, segundo a CNN, estima que haverá mais de 65 mil passageiros em Gênova, com seis navios fazendo 12 escalas nos portos em agosto. Em Civitavecchia, a 70 km de Roma, cerca de 59 mil passageiros de cruzeiros são esperados. Em Nápoles, serão 45 mil, e em Bari, cerca de 25 mil se juntarão à multidão.

Ao La Nazione, a ministra do Turismo na Itália, Daniele Santaché, disse que o termo "turismo excessivo" é uma "blasfêmia". Ela insistiu que o governo tem "preparado terreno para futuros desafios", como o Milão-Cortina (Jogos Olímpicos de Inverno de 2026) e o Jubileu (festival religioso em Roma em 2025). Santaché afirmou que estas serão "oportunidades de construir ofertas turísticas diversificadas".

Assim como muitos outros lugares no mundo, a Itália tem enfrentado problemas com o turismo excessivo durante a alta temporada. Na Espanha, por exemplo, manifestantes se reuniram nos pontos turísticos mais importantes de Barcelona no mês passado para expressar seu descontentamento com o que definem como "turismo sem limites". Em alguns lugares, os protestantes chegaram a disparar com pistolas d'água contra turistas. 

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