Itamaraty deve chamar representante da Nicarágua para explicar expulsão de embaixador brasileiro
Chefe da embaixada deixará o país de Daniel Ortega esta quinta (8)
Expulso pelo governo do presidente Daniel Ortega, o embaixador do Brasil na Nicarágua, Breno Souza da Costa, deixará o país nesta quinta-feira (8).
Como reação à decisão do regime autoritário de Ortega, o Itamaraty divulgará uma nota sobre o ocorrido e deverá convocar, para prestar esclarecimentos, o representante nicaraguense em Brasília — o paíse está sem embaixador no Brasil.
De acordo com interlocutores da área diplomática, o governo brasileiro recebeu, na noite de quarta-feira, uma comunicação oral de Manágua — ou seja, não houve ainda uma notificação por escrito — sobre a medida.
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A notícia foi publicada pela imprensa do país da América Central.
A expulsão de Costa teria sido causada pela ausência do diplomata brasleiro na cerimônia de aniversário da Revolução Sandinista, celebrado em 19 de julho. A data marca a derrubada em 1979 da ditadura de Anastasio Somoza pelo movimento de esquerda como sandinista, ao qual Ortega liderou.
Outro fator que contribuiu para a crise, segundo integrantes do governo, foi o distanciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Ortega. O mandatário ignorou os apelos de Lula pela libertação de bispos e padres sequestrados na Nicarágua, feitos em nome do Papa Francisco.
O governo sandinista havia ameaçado expulsar Costa há algumas semanas. O Itamaraty alertou que a medida teria consequências políticas.