Itamaraty manda embaixadora do Brasil não participar de proclamação de vitória de Maduro
Ggoverno brasileiro afirmou, em nota, que eleições na Venezuela ocorreram com "caráter pacífico"
O Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não comparecer a proclamação de vitória de Nicolás Maduro.
A instrução foi dada pelo chanceler Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores.
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Mais cedo, o governo brasileiro afirmou, em nota, que o pleito ocorreu ontem com "caráter pacífico" no território, mas que "acompanha com atenção" a apuração dos votos.
A postura está alinhada com a de outras lideranças internacionais, que exigiram transparência e não reconheceram imediatamente a reeleição do chavista.
No comunicado, o Itamaraty citou "o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados".
O órgão brasileiro disse aguardar a publicação pelo CNE de "dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".
Mais cedo, representantes dos Estados Unidos e de países da América e da Europa também cobraram a divulgação de todas as atas.
Ainda nesta segunda-feira, o assessor especial da Presidência do Brasil Celso Amorim afirmou que a falta de transparência “incomoda” – e que o governo brasileiro aguardava os dados para se manifestar sobre o resultado.
Amorim foi enviado à Venezuela pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acompanhar o pleito venezuelano e pretendia deixar Caracas depois do almoço de hoje, mas, segundo o próprio ex-chanceler disse ao Globo, só deve retornar ao Brasil nesta terça.
Amorim declarou que, sem as atas verificadas, "fica difícil o reconhecimento" do pleito.
O assessor especial conversou com o presidente Lula na noite de domingo e já pela manhã desta segunda-feira.
Ele também confirmou já ter falando com o dirigente opositor Gerardo Blyde, coordenador da oposição nos diálogos com o chavismo e um dos principais interlocutores do assessor do petista na oposição venezuelana. Não há previsão de contato entre Lula e Maduro.