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OCEANO

James Cameron diz que explorar oceano profundo é "mais seguro que entrar em avião"

Diretor de "Titanic" visitou destroços do navio 33 vezes; para ele, desastre de submersível da OceanGate foi causado porque os "riscos mais óbvios" não foram considerados

James Cameron criticou operação da OceanGate Expeditions, responsável por submersível que implodiu James Cameron criticou operação da OceanGate Expeditions, responsável por submersível que implodiu  - Foto: OceanGate/Reprodução Instagram

Explorar as profundezas do oceano é "mais seguro que pegar um elevador ou entrar em um avião". É o que afirmou o cineasta James Cameron em entrevista ao jornal "The Guardian". Ele acrescentou, porém, que a equipe por trás da mais recente expedição ao Titanic não conseguiu prever os "riscos mais óbvios" das viagens em alto mar.

Em junho, o fundador da OceanGate Expeditions, Stockton Rush, o explorador veterano Paul-Henri Nargeolet e outros três turistas se aventuraram nas profundezas do Atlântico Norte para ver os destroços do Titanic. Chamado Titan, o submersível perdeu o contato com a superfície, o que provocou esforços internacionais para o resgate.

Dias depois, os destroços da embarcação foram encontrados no fundo do oceano, e a Guarda Costeira dos Estados Unidos concluiu que uma "implosão catastrófica" havia matado instantaneamente todos que estavam a bordo. Depois do desastre, críticos apontaram preocupações sobre o uso do casco de fibra de carbono, material utilizado pela OceanGate no submersível.

"Quando você já está há 25 anos no processo de construção de veículos para ir nas profundezas do oceano e está trabalhando com pessoas experientes, você já conhece tudo o que pode dar errado", disse ele, que já fez 33 mergulhos até os destroços do Titanic, ao "The Guardian".

O trágico fim da expedição gerou uma onda de ceticismo público sobre as viagens em alto mar, especialmente com relação àquelas que envolvem turistas. Além disso, levantou debate sobre a segurança e o propósito dessas missões. Para Cameron, no entanto, a polêmica ignora as "milhares de horas de testes e engenharia necessárias para garantir que submersíveis sejam seguros".

"Não houve fatalidades na comunidade de submersão profunda. Zero fatalidades, zero incidentes em que pessoas ficaram feridas ou em que um submersível foi perdido e teve que ser recuperado pela guarda costeira. Zero em meio século. Mas é preciso um incidente para acordar todo mundo", ressaltou.

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