Japão envia protesto oficial para China por construção em águas disputadas
Tóquio reivindica que os limites sejam fixados na linha mediana entre as duas nações
O Japão apresentou um protesto oficial a Pequim depois de descobrir que o gigante asiático estaria desenvolvendo instalações de extração de gás em águas disputadas no Mar da China Oriental.
Na sexta-feira (21), o Ministério japonês das Relações Exteriores disse ter confirmado construções em uma área, onde as zonas econômicas exclusivas dos dois países se sobrepõem, e apresentou uma queixa à embaixada da China.
Tóquio acusa Pequim de colocar 17 plataformas de perfuração perto de sua fronteira marítima de fato e teme que essas instalações, mesmo que estejam do lado chinês, acabem extraindo gás do lado japonês.
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Na carta, o Japão solicitou "uma retomada antecipada das negociações para implementar" um acordo bilateral de 2008, segundo o qual as reservas de gás no mar disputado seriam exploradas em conjunto. As negociações sobre como aplicar este acordo foram suspensas em 2010.
"É extremamente lamentável que o lado chinês aja unilateralmente", disse o ministério.
"As fronteiras entre as zonas econômicas exclusivas e a plataforma continental ainda precisam ser estabelecidas no Mar da China Oriental", acrescentou.
Tóquio reivindica que os limites sejam fixados na linha mediana entre as duas nações, mas a China insiste em que a fronteira deve se situar mais perto do Japão, considerando-se a plataforma continental e outras características oceânicas.
Os dois países também mantêm uma disputa por ilhas localizadas nesse mesmo mar.