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Vance enaltece Trump, critica a imprensa e ironiza Biden

Entre os palestrantes estará também um dos filhos do ex-presidente, Donald Trump Jr

Uma placa com os dizeres "Trump acabará com a guerra na Ucrânia" é colocada nas cadeiras dos participantes durante o terceiro dia da Convenção Nacional Republicana Uma placa com os dizeres "Trump acabará com a guerra na Ucrânia" é colocada nas cadeiras dos participantes durante o terceiro dia da Convenção Nacional Republicana  - Foto: Jim Watson / AFP

O candidato à vice-presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, J.D. Vance, disse que Donald Trump respondeu como um líder após o ataque à sua vida, acusou a imprensa de mentir e ironizou o presidente Joe Biden.

Vance, que deve discursar na noite de hoje na Convenção Nacional Republicana, em Milwaukee, antecipou sua estreia com uma aparição em um fórum paralelo à reunião principal. Ele destacou o que chamou de bravura do ex-presidente, que sobreviveu no último sábado a uma tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia.

"Achei que tivéssemos acabado de perder um grande presidente, o que seria terrível para o nosso país (...) Por acaso Trump estava aborrecido? Convocou uma união nacional, pediu calma, mostrou liderança, e a mídia continua dizendo que querem que alguém baixe o tom. Atiraram em Donald Trump e ele baixou o tom. Isso é o que faz um verdadeiro líder", disse Vance.

O candidato a vice-presidente afirmou que "a mídia mentiu da forma mais agressiva e caluniosa" sobre seu chefe, mas que "ele continua avançando, perseverando e lutando".

Comparação 
Vance também fez uma comparação entre Trump e Biden: "O presidente Trump é um dos executivos do ramo imobiliário mais bem-sucedidos da história do nosso país. O nome Trump se tornou sinônimo de luxo e beleza. E Joe Biden gosta de fingir que é apenas 'Scranton Joe' [Scranton, cidade natal de Biden. Que se mostra como homem da classe trabalhadora, ou que a defende, ndr]."

"Mas o cara que realmente se conecta com os trabalhadores deste país é o presidente Donald Trump", afirmou o candidato a vice. "Vamos nos livrar dele [Biden] e trazer Donald Trump de volta para a Casa Branca!"

"Espero não estragar as coisas, mas é tarde demais, já me escolheram, é oficial", havia brincado Vance antes de começar a falar.

 

Jovem aliado 
Este conservador de Ohio, que completará 40 anos no próximo mês, será o terceiro vice-presidente mais jovem da história - e um dos menos experientes - se Trump conquistar a vitória em novembro.

Antes de ter a barba que ostenta agora, Vance foi um crítico ferrenho de Trump na campanha presidencial de 2016, quando o chamou de "desastre moral".

Mas depois apagou todas as menagens críticas nas redes sociais e se alinhou ao ex-presidente. "Eu certamente era cético a respeito de Donald Trump em 2016. Mas o presidente Trump foi um grande presidente e mudou minha opinião", disse Vance ao canal Fox News na segunda-feira.

Hoje, ele é um dos principais defensores da ideologia de ultradireita MAGA ('Make America Great Again').

Com a orelha direita com um curativo depois de ser atingido por um tiro de raspão, Trump, recebido com muitos aplausos, acompanhou as duas primeiras noites da convenção ao lado de Vance.

Alguns simpatizantes o imitaram na terça-feira e caminharam pela área da convenção com a orelha direita enfaixada.

Por unanimidade, os delegados da Convenção Republicana oficializaram Trump na segunda-feira como seu candidato à presidência.

O bilionário fará um discurso na quinta-feira, quando aceitará a nomeação do partido, antes do fim da convenção.

Compreensão do eleitorado 
Vance já começou a demonstrar sua lealdade. No sábado, poucas horas depois da tentativa de assassinato, o senador acusou o presidente Joe Biden de ter provocado "diretamente" o ataque, com sua retórica sobre os perigos do trumpismo.

O renomado pesquisador Frank Luntz considera que o ex-presidente Trump, de 78 anos, tem em Vance um aliado jovem que garante a continuidade do movimento MAGA.

"Os operários, essa classe trabalhadora, essa compreensão dos eleitores que tradicionalmente eram democratas e que agora encontraram um lar em Donald Trump, ele enfatiza isso", disse Luntz.

Vance ficou famoso em 2016 com seu livro de memórias "Hillbilly Elegy", um relato sobre sua família branca da classe trabalhadora dos Apalaches, no chamado 'Rust Belt' (Cinturão da Ferrugem), uma região industrial em declínio no nordeste e no centro-oeste do país.

Seu perfil também pode tranquilizar os republicanos mais relutantes e atrair os moderados.

No Senado, Vance atuou contra a ajuda à Ucrânia e exigiu que os recursos fossem destinados à luta contra a imigração ilegal.

Defensor do fechamento das fronteiras e do isolacionismo, Vance é descendente de migrantes escoceses-irlandeses e casado com Usha Chilukuri, de raízes indianas, com quem tem três filhos.

À direita 
Em alguns temas está mais à direita que Trump, como na questão do aborto: Vance defende a proibição a nível federal.

Quase 50 mil republicanos estão reunidos desde segunda-feira às margens do Lago Michigan para a Convenção Nacional Republicana de quatro dias, que foi abalada depois que um atirador tentou matar Trump em um comício na Pensilvânia no sábado.

O ataque matou um espectador do comício e deixou dois feridos. O atirador foi morto.

Mensagem de unidade 
Trump afirmou após o atentado que esperava unir o país.

E se conseguiu fazer com que um de seus críticos se tornasse seu companheiro de chapa, no segundo dia da convenção também recebeu o apoio público dos pré-candidatos republicanos que humilhou durante as primárias partidárias.

Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, de quem Trump fez piada sobre suas origens indianas e ironizou sua capacidade intelectual, afirmou aos delegados da convenção que "um Partido Republicano unificado é essencial" para salvar a nação.

Após a convenção, Trump viajará a Michigan para um comício de campanha no sábado, exatamente uma semana após a tentativa de assassinato.

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