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Jejum intermitente: ficar 14 horas sem comer melhora apetite, humor e sono, diz novo estudo

Acompanhamento de mais de 37 mil pessoas no Reino Unido apontou benefícios do regime alimentar que vão além do número na balança

Jejum intermitenteJejum intermitente - Foto: Freepik

Comer apenas durante um intervalo de 10 horas, permanecendo as outras 14 sem se alimentar, pode trazer benefícios para o humor, os níveis de energia e até para o apetite. A conclusão é de um novo estudo conduzido por pesquisadores do King’s College of London, no Reino Unido, apresentado neste mês na Conferência Europeia de Nutrição, na Sérvia.

Segundo os responsáveis, o trabalho é o maior do tipo a avaliar os impactos do chamado jejum intermitente, regime alimentar famoso entre aqueles que buscam a perda de peso, em uma comunidade. Os resultados do estudo, porém, mostram pontos positivos que vão além do número na balança.

Os pesquisadores monitoraram 37.545 britânicos por meio do aplicativo ZOE Health durante um período de três semanas. Os participantes foram solicitados a comerem de forma livre durante os primeiros 7 dias e, depois, a aderiram à alimentação durante apenas 10 horas do dia pelas outras duas semanas.

“O que é realmente animador é que os resultados mostram que não é preciso ser muito restritivo para ver resultados positivos: uma janela de alimentação de dez horas, que era administrável para a maioria das pessoas, melhorou o humor, os níveis de energia e o apetite”, diz Sarah Berry, pesquisadora do King’s College of London e cientista chefe do ZOE.

A fala de Berry é porque muitos programas alimentares afirmam que o jejum intermitente é benéfico apenas ao permanecer 18 horas sem comer, com a janela para alimentação de somente 6 horas. Já o novo trabalho mostra que uma rotina mais acessível, como podendo comer das 9h até as 19h, também é positiva.

Mas a especialista destaca que “aqueles que praticaram alimentação com restrição de tempo, mas não eram consistentes no dia a dia, não tiveram os mesmos efeitos positivos para a saúde daqueles que se dedicaram todos os dias”.

Quanto maior a adesão, melhores foram os impactos. Para Kate Bermingham, também pesquisadora do King’s College of London e da plataforma ZOE, o trabalho se junta a um corpo de evidências que mostram a importância de se pensar não apenas no que se come, mas também na hora em que se come.

“O impacto dos alimentos na saúde não é apenas o que você come, mas o horário em que você escolhe consumir suas refeições, e a janela de alimentação é um comportamento alimentar importante que pode ser benéfico para a saúde. As descobertas mostram que não precisamos comer o tempo todo. Muitas pessoas se sentirão saciadas e até perderão peso se restringirem a alimentação a um período de dez horas”, diz.

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