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Jordânia sedia cúpula do Oriente Médio para conter tensões regionais

Vários países do Oriente Médio estão imersos em instabilidade

Jordânia sedia cúpula do Oriente Médio para conter tensões regionaisJordânia sedia cúpula do Oriente Médio para conter tensões regionais - Foto: Blondet Eliot / POOL / AFP

A Jordânia sedia nesta terça-feira (20) uma cúpula do Oriente Médio com atores locais e internacionais na esperança de resolver crises regionais, mais especificamente no Iraque.

O evento “Bagdá II” contará com a presença da França e da União Europeia (UE) e será uma continuação da cúpula de agosto de 2021 na capital iraquiana, realizada por iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron.

A cúpula será realizada nas margens do Mar Morto e pretende "fornecer apoio à estabilidade, à segurança e à prosperidade do Iraque", afirmou a Presidência francesa em um comunicado. Eles também manifestam a esperança de beneficiar "toda região".

Vários países do Oriente Médio estão imersos em instabilidade.

Nos últimos três meses, o Irã reprimiu violentamente uma onda de protestos deflagrados pela morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini.

Enquanto isso, a Síria continua como campo de batalha de interesses geopolíticos opostos. Já o Líbano vive uma estagnação econômica e política.

Bagdá II contará com a presença do novo primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, delegações de Turquia e Arábia Saudita e do chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.

Abdollahian se reuniu com o principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, mediador das negociações com o objetivo de reviver o acordo nuclear do Irã com as potências mundiais.

"Uma reunião necessária com o ministro iraniano (...) em um momento de deterioração das relações entre UE e Irã", tuitou Borrell. "Apontei a necessidade de interromper imediatamente o apoio militar à Rússia e a repressão interna no Irã", acrescentou.

"Ninguém espera milagre"
"Nesta cúpula, há grandes ambições, mas ninguém espera um milagre", afirmou o diretor do Instituto de Análise Militar do Oriente Médio e do Golfo, Riad Kahwaji.

O papel mediador da França é crucial para "manter o diálogo entre o Ocidente e o Irã, especialmente com o impasse nas negociações nucleares de Viena", destaca Kahwaji.

Para este analista de Dubai, é necessário medir "a disposição de Teerã, que tem papel central nas crises regionais — do Iraque à Síria, passando pelo Líbano e Iêmen — a chegar a um acordo".

Ele observou que o envolvimento do Irã no conflito da Ucrânia, por meio do fornecimento de drones para a Rússia, complica ainda mais as discussões.

A Arábia Saudita é acusada por Teerã, rival regional que não mantém relações desde 2016, de fomentar protestos no Irã.

O ministro iraniano Amir Abdolahian comunicou na segunda-feira (19) que Teerã está "pronta para retomar as relações normais" com Riade, "quando o lado saudita estiver pronto".

A conferência também será um teste para o iraquiano Sudani, nomeado primeiro-ministro no final de outubro após mais de um ano de impasse político.

Hamzeh Hadad, um estudioso visitante do Conselho Europeu de Relações Exteriores, acredita que a primeira cúpula de 2021 pretendia permitir que o então primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kazimi, fosse capaz de "reunir os governantes vizinhos em Bagdá, particularmente os dos países do Golfo".

Sudani terá de mostrar que "pode manter essas relações e que elas não dependem de vínculos pessoais", reforçou Hadad.

A nomeação também deve abordar questões como aquecimento global, segurança alimentar, recursos hídricos e cooperação energética.

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